Dia primeiro de janeiro o Crônicas faz um ano. Vou republicar a primeira postagem que fiz - uma historinha sobre o réveillon em Copacabana(com algumas modificações). E claro, fazia tempo que eu não mexia na cara do blog.
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Vamos passar o Réveillon na praia de Copacabana, pergunta meu amigo bem animado e cheio de expectativas. Não sei porquê dessas expectativas, já que ele sabe que sou avesso a multidões, nunca nem pensei em passar réveillon em Copacabana, sem falar que estou em um momento complexo da minha existência.
Diante da minha cara de nojo, ele tenta acrescentar positividade ao convite:
- Imagina! Ver de pertinho aquele show pirotécnico, saltar as sete ondas como manda a tradição... (porque diabos eu deveria seguir tal traição ridícula?), azarar a mulherada vestidas de branco e com calcinhas douradas que chamam dinheiro no ano novo....
Interrompo seu discurso motivacional com um deixa disso, são esses teus argumentos? Calcinhas douradas? Isso é deprimente! Ele não se dá por vencido e lista o nome da galera que vai: O Tião, o Zé Carlos, a Magali, a Soraya...
- A Soraya vai? Mais um motivo para eu não ir....
- E falando em Soraya, Como vão as coisas com a Catarina?
- Ainda não foram, mas tá indo...
- Pior de tudo que tu é frouxo e nem tem coragem de se declarar.
Me ofendeu.
- Não é questão de coragem, é questão de cozinhar em fogo brando...
- Esse teu fogo brando não queima ninguém...
Outra ofensa.
Eu já querendo por ponto final à conversa.
- Não vou, não vou, não vou, já falei!
- Que isso parça, não precisa ficar nervoso...! Tu tá mesmo é precisando beijar na boca...
- Oras, tu sabe que eu nunca fui pra Copacabana receber o ano novo, pra quê tá me convidando agora?
- Porque estou vendo tua situação. Recém saído de um namoro de dois anos, sei que chifre dói, mas é preciso resiliência e superação... e agora, recém tentando fisgar um novo amor... realmente você precisa passar uma borracha no caso Soraya...
Quero que Soraya vá pros quintos dos infernos, replico com veemência e indignação. Acabo aquela conversa dizendo que ia passar o ano novo com minha mãe.
Depois, já em casa, liguei pra Catarina.
- E aí, vai passar o Réveillon aonde?
- Ah, eu vou pra Copacabana com umas amigas, ia te chamar...
Minha hesitação durou dois segundos.
- Sério, que bom, uns amigos também vão, a gente poderia ir juntos, que tal?
E ainda esfrego na cara da Soraya que já estou em outra, penso.
- Ah, legal, você gosta de passar ano na praia?
- Sim, sim, claro...vai ser a sétima vez que eu vou pra Copa, pulo sempre as sete ondinhas...olha, sete e sete, deve ser um sinal!
- Certamente, os astros estão favoráveis...Ouvi dizer que esse ano serão dois milhões de pessoas!
- Verdade, também ouvi dizer. Dois milhões...
- Sabe que eu gosto de ficar no meio da multidão, aquele aconchego celebrativo, todo mundo de branco... é tão lindo...tão ...socialista...todo mundo igual...!
- Que coisa, eu também adoro ficar no meio da galera, aquela animação toda...
- Também gosto de pular as sete ondas como manda a tradição...
- Pularemos juntos, então. Que horas te pego?
Eu sou uma besta. E ainda fico matutando se Catarina estará com uma calcinha dourada.
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COMO JÁ TENHO DITO E ESCRITO,
NÃO TEMOS CONTROLE NENHUM SOBRE
O ANO QUE CHEGA. E ANO NOVO NÃO É,
É O MESMO VELHO ANO-NOVO-VELHO DE SEMPRE...
NOVO MESMO, É SEMPRE NOSSO DESEJO
QUE O NOVO PERÍODO DE TEMPO DE 365 DIAS
QUE CHAMAMOS DE "ANO" SEJA
MELHOR DO QUE O QUE PASSOU.
ABRA SUA CHAMPANHE E CELEBRE. ENQUANTO AINDA ESTAMOS AQUI.