Clube de Detetives Pão de Queijo

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

TRINDADE

 



ALGUÉM PODERIA SUPOR  ao ler o título que estarei a falar sobre o curioso e enigmático dogma cristão da SANTÍSSIMA TRINDADE por conta das últimas publicações em espírito natalino ou "transcendental" - mas não. Quero falar de outra Trindade, de uma ilha.

Mas não vou discorrer sobre a ilha, quero convidar-vos a assistir a um Globo Repórter de 1984 e conhecer sobre o que estou falando. Só para pontuar, Trindade é uma ilha ocupada pela Marinha do Brasil, já que fica em posição estratégica para o país. Em 1983 meu pai, então sargento da ativa da Marinha, iria compor a guarnição que ficaria na Ilha por 4 meses. 

A produção do Globo Repórter iria fazer uma reportagem sobre Trindade (depois dessa creio que já fizeram mais 3) e contatou meu pai (Carlos Diogo) para que ele fosse um dos personagens da reportagem. Convite aceito - meu pai adorava um palco - a equipe do repórter Hermano Henning marcou o dia e foi lá em casa filmar a participação dos meus pais. 

Foi um acontecimento para a família tanto no Rio, quanto em Natal e Salvador ao ver meus pais saindo na GLOBO!! 

Somente anos depois consegui uma cópia do programa e fiquei indignado que o formato analógico da cópia  do programa tinha cortado metade do meu corpo em uma das cenas onde eu apareci por uns segundos. Só apareço depois na janela dando adeus para o meu pai, simulando uma despedida.

O Globo Repórter fez um belo trabalho, com participação de outros militares e com a história triste de um sargento que morrera afogado em um dos pontos perigosos da ilha naquele mesmo ano.

13 de dezembro é  dia do Marinheiro, então fica a postagem como homenagem.  À época da reportagem eu também já estava na Marinha e um mês depois também fui à ilha em um navio de abastecimento e fiquei lá por três dias com meu pai. Foi um momento que guardo com carinho na lembrança.


Papai Diogo

Eu e a paisagem de Trindade


Eu pegando uma carona na tartaruga gigante. Acho que ela não gostou. Acho que se fosse hoje eu seria multado pelo IBAMA...


Assistam até o fim, é um programa legal.







21 comentários:

  1. Olá, Eduardo!
    Gostei muito da reportagem.
    A tartaruga, o balão e o cemitério ...
    O retorno é emocionante.
    A tristeza da viuva que não teve a alegria do retorno do esposo.
    Meu Deus, que reportagem bela!
    Uma ilha do Estado onde moro.
    Muito obrigada por partilhar algo da sua família
    Tenha dias abençoados!
    Abraços fraternos

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  2. Olá, Eduardo
    Uma reportagem que fala da vida e dos seus sacrifícios.
    Gostei muito de saber da ilha da Trindade e da importância
    que ela tem. Vi um pouco da manga da sua T-shirt branca
    e da janela o seu meio aceno.:)
    Estive a ler o post abaixo, "És", e adorei ouvir a voz potente
    e bela de Victorino Silva. De gospel tenho a referir alguns
    registos norte-americanos, precisamente da década que indica.
    Abraço
    Olinda

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  3. Que legal Dudualdo! E eu aqui nem imaginava que tinha um amigo famoso. Ator Global, de quando a Globo não era vira-latas.
    Vou assistir!!

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  4. Que interessante partilha, Eduardo
    Gostei!
    Um grande abraço
    Verena.

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  5. Vi o vídeo de princípio ao fim e gostei muito. Sinceramente, fiquei a conhecer o destacamento de 40 marinheiros a cada 4 meses para a Ilha Trindade que já conhecia mas imaginava desabitada e nem a sabia pertença do Brasil.
    Estamos sempre a conhecer e a aprender.
    Penso haver maiores e mais dolorosas formas de vida solitária. Esses 40 homens têm todos as suas atribuições e tarefas a cumprir, para além de, nos momentos vazios, puderem confraternizar entre si, falar das suas vidas e das respectivas famílias. Já para não falar na compensação monetária, que também tem o seu peso nessa decisão. Claro que olhar em volta e só ver água, dia após dia, se torna tão monótono que ao fim de 120 dias, já estão saturados.
    Resumindo e concluindo, Eduardo, só tenho a agradecer-lhe ter-me enriquecido com esta partilha. Obrigada!
    Um abraço.

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  6. Mas que chique e importante esse meu amigo!
    Linda reportagem e imagino a alegria do teu pai!
    Bela homenagem nesse dia! abração, chica

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  7. Olá grande Eduardo!

    O seu pai era, sem dúvidas, um homem muito corajoso! Deve ter sido um orgulho enorme ter visto o seu pai na reportagem! 🤗

    Abraços e tenha um ótimo final de dia! :)

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  8. Muito linda a ilha de Trindade e o vídeo do anos 80 deu a dimensão de como os marinheiros ficavam isolados em meio ao oceano. Impressiona. Com certeza,era também uma experiência de vida, fascinante. Claro, com toda a solidão e os perigos que poderia surgir., eles sobeviviam. Um orgulho esse seu pai !
    Passei também pela publicação anterior e gostei da colocação sobre a música gospel que lembra meu tempo de coral na igreja.
    É o fim do Ano que sempre nos deixa nostálgicos , não é ?
    Um abraço ,Edu

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  9. Adoro a palavra natalino
    🙂
    Em Portugal natalino é um nome próprio
    Relativo ao natal diz ss natalício

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  10. Tô contigo e não abro! Parabéns pela joia, que guardas com muito afeto, amor e respeito! Grande pessoa, seu pai! Vi com carinho seu vídeo e por incrível que pareça, estivemos falando do meu pai que eu não conheci, (pois faleceu quando eu era um bebê) por aqui e hoje postando no Face, minha sala de jantar, na mesa uma toalha que minha bisavó fez para minha mãe, levar de enxoval, é porque ela pouco a usava, imagino, recebendo muitos comentários por tê-la guardado. Respeitar e poder guardar no coração é que faço. Eduardo, tenho trabalhado muito, graças a Deus, mas desculpa-me por não ter aparecido por aqui! Abração!

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    1. Crescer sem pai não deve ser fácil, Maria. Mas se consegue e se supera de alguma forma.

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  11. Eu ainda não vi o video - e verei com extremo prazer - mas sei o que você disse ao acenar da janela: "Mamãe, eu tô na Globo!"

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  12. Muito interessante o vídeo, achei que você ainda fosse criança ao acenar para seu pai (daí a brincadeira). Mas fiquei matutando sobre a solidão declarada por vários dos entrevistados. Imagine o que sentirão os loucos que se dispuserem a fazer uma viagem a Marte, sem mar, sem pescaria, sem espaço para caminhar, sem animais para observar!

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    1. Eu tinha 20 anos. O negócio da solidão é algo que faz parte de todo marinheiro que trabalha embarcado. Muitas vezes fazemos missão em que ficamos fora um ou dois meses. Mas solidão no caso é a distância da família. Militar tem esse negócio de valorizar muito a família.

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  13. Nossa, fiquei emocionada com a participação da sua família na reportagem Eduardo, pois a Ilha de Trindade fica aqui pertinho do Espírito Santo, mas nunca tive a oportunidade de conhecer ainda. É uma beleza sem fim. É isolada e repleta de vida. Apenas para os corajosos como o seu pai e você, que estiveram na ilha e fizeram maravilhosos registros. Será que a tartaruga te achou pesado? rsrs Ela é fabulosa não é? Um registro para toda a vida!!
    Maravilhoso final de semana!

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    1. Adriana, não sei hoje mas a ilha não fica aberta a visitação publica. Civis estão sempre indo lá nos navios da Marinha mas são biólogos principalmente, que vão estudar a vida marinha da ilha.

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  14. Olá Eduardo! Obrigada por sua visita e comentário em meu blog. Vim conhecer o seu. Achei muito interessante seu post. Não me lembrava desta ilha e nem que pertencia ao nosso território, devo ter visto isso na geografia da escola. Por aqui, conheço a ilha de Fernando de Noronha que é bem turística. Muito legal o vídeo! Um abraço!

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  15. Será por certo uma belíssima ilha.
    Gostei da tua crónica, amigo Edu.

    Votos de um feliz fim de semana.
    Abraço fraterno!

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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