COMO FEZ O PARÇA blogueiro Jotabê, costuro dois dedinhos de prosa sobre meu relacionamento com o Natal. Não tenho lembranças de festas e comemorações na infância. Não lembro de meus pais serem muito afeitos a comemorar o que quer que fosse: Natal, Páscoa, Fim de Ano. Só lembro do meu pai comemorando o Natal bem depois, eu já adulto.
A partir de algum momento perdido em minha memória, me vejo em casa com meus dois irmãos, e depois indo todo ano à sua casa (depois que voei do ninho) comemorar o Natal. Ele gostava de cozinhar. Fazia o tradicional peru, fazia salada de bacalhau, fazia doces, espalhava frutas da época sobre a mesa, montava árvore, enfeitava a sala e colocava para tocar a noite toda uma musiquinha irritante de Natal que minha irmã sempre pedia para que ele abaixasse o som.
Durante minha experiência como membro de igreja evangélica, tínhamos sempre Cantatas de Natal. Um coral que se formava para cantar hinos natalinos. Tinha também representações teatrais. Eu fui diretor de um grupo amador de teatro de igreja durante 8 anos. Sempre fazíamos uma peça sobre o Natal. Era bem divertido. E trabalhoso.
Depois que meus pais partiram, e eu já não era membro de igreja, passei a ignorar o Natal. Não faço questão de armar árvore nem de colocar luzes coloridas e pisca-piscas na entrada da casa, mas gosto de ver os vizinhos fazendo isso. Ano passado, minha esposa resolveu retomar a tradição e fez uma ceia e foi bom. A comida principalmente.
Sem dúvida o clima natalino é diferente. De repente todo mundo começa a falar de paz, harmonia, felicidade... Tudo isso que não temos sobejamente durante o ano. Mas a intenção e o desejo, contam. O que seria de nós sem a perspectiva de um futuro melhor, mesmo não tendo nenhum controle sobre ele?
Sempre desejamos "feliz Natal" igualmente como desejamos "feliz aniversário" ou "feliz ano novo", mas não sei porquê isso me soa tão vazio...são frases feitas, repetidas automaticamente.
O Facebook todo dia nos lembra o aniversário de algum nosso seguidor. Eu nunca parabenizo ninguém. Me recuso a replicar a artificialidade de desejar feliz aniversário a alguém que eu não sei a data de aniversário e só fiquei sabendo porque o Face me alertou. Coisa minha, podem discordar a vontade.
Aliás, aniversário é outra coisa que eu ignoro. O face nunca lembra ninguém quando eu aniversario porque eu baguncei lá os campos da data de nascimento. O dia do meu aniversário é um dia como qualquer outra para mim. Já teve anos de alguém em casa me dizer: "parabéns", e eu..."ah, é hoje"?
Voltando ao Natal. Várias músicas de Natal já foram compostas, tanto católicas quanto evangélicas. Uma em especial sempre me tocou. Foi gravado no disco de uma dupla muito famosa no meio evangélico desde os anos 80: Edson e Telma.
Você é muito parecido comigo em várias coisas: ligação com a religião/religiosidade, Natal, aniversário... Vou acabar te nomeando "irmão biológico honorário".
ResponderExcluirrá rá rá. Então tá
ExcluirInteressante ver como as pessoas sentem diferentemente as datas. Confesso que gostava muito mais do Natal quando a simplicidade era a convidada especial...Hoje tudo é apenas comilanças, presentes, correrias e esquecem o verdadeiro sentido! Pena! abração e FELIZ NATAL, desejando de verdade,rs... chica
ResponderExcluiré o que diz a música, não é?
ExcluirOlá, Eduardo
ResponderExcluirCada vez mais se sente o vazio que o Natal nos traz.
A missa do galo, a ceia, a abertura dos presentes
que as mães confeccionavam, nada disto se observa
presentemente. O consumismo é o pão nosso de
cada dia. Os cânticos de Natal estão completamente
sem sentido. Temos cá uma operadora que, para a
sua propaganda desta época, gravou um que até dá cabo
da cabeça...é uma lavagem ao cérebro em toda a
forma.
Abraço
Olinda
Amiga Olinda, eu acho a Missa do Galo, triste...
ExcluirDudualdo, eu confesso que venho de uma família que não é muito legal. Meus tios, avós, primos, pai e mãe não são pessoas boas pra se reunir e viver a alegria natalina. Antigamente quando eles tentavam isso, a festa sempre acabava em baixaria. Pessoas bebendo além da conta e falanndo além da conta.
ResponderExcluirHoje meu pai já se foi e a minha mãe, infelizmente, (fico muito triste por isso), não é uma pessoa muito siciável. Ela é agressiva e amarga e os assuntos dela não são agradáveis.
Da parte da minha esposa, tadinha... é isso que falei da minha família, elevada a quarta potência.
Mesmo assim, nós estamos no núcleo familiar, eu, minha esposa e filho, tentando ter uma comunhão melhor e agradável, não só no Natal, mas em todos os dias da vida.
Os laços familiares com as mães, tanto da minha, quanto da dela, lógico, nós respeitamos e tentamos conservar... Mas é dificil.
Assim vamos lutando, nos fazenndo de surdos as vezes, nos fazendo de bobos em outras tantas, e pregando amor para nós mesmos.
Um abraço!!!
família é um negócio complicado. Apesar de quê, acho que fui abençoado com pai e mãe muito bons.
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