FILHO tinha que chegar por ali aos 5 anos e estancar. Parar de crescer. Não tem nada mais traumático do que ver o filho crescendo, mudando, muitas vezes se tornando um estranho para você. Mas aos 5 anos você era tão brincalhão, risonho, e agora tá aí esse chato de cara fechada que só fala gritando...Pai, eu agora tenho 13, eu era uma criança idiota...Pois é, eles crescem e mudam. É vã a nossa tentativa de querer moldar o caráter e a personalidade dos filhos, eles não terão a imagem ideal que você tem na cabeça. Eles serão o que serão. Você fez sua parte: Deu toda atenção que podia, brincou de bola, brincou de montar quebra-cabeça, brincou de dançar diante da TV, brincou de fazer vídeos para o youtuber(hoje odeia tirar até foto), brincou de lutinha, ensinou boas maneiras, ensinou a respeitar as pessoas, colocou na melhor escola que podia pagar... MAS POR QUE CRESCEM? Deveria haver lei contra isso. Chegou aos 5, tá ótimo, pra quê chegar aos 13, 15, 17 e passar pela insana crise da adolescência ? Acho que esse negócio de "adolescência" tinha que acabar. Voltar ao que éramos nos tempos da antiga Esparta, quando os meninos aos 12, já estavam com espadas e escudos nas mãos se preparando para ser um guerreiro. Sem crises.
TEVE ÉPOCA que pensei em não ter filhos mas a mulher por quem me apaixonei queria ser mãe. Nasceu lindo, cabeludo mas já tendo que enfrentar um problema no parto e tendo que ficar 5 dias na UTI neonatal. Pediatra disse para ficarmos atentos à fala, pois talvez ele tivesse alguma dificuldade para começar a falar. Aos 10 meses falou "papa..." a mãe ficou emocionada, mesmo ele não falando "mãmã". E pouco tempo depois, falava pelos cotovelos. Parecia uma metralhadora de palavras. Inteligente. Dizia coisas que me deixava espantado, "Ei, moleque, você tem mesmo 5 anos...?"
MAS AQUELE garotinho fofo chega aos 13, começa a nascer bigodinho, a voz começa a mudar, destoada, rouca, procurando se firmar em algum timbre, a ponta da cabeça se aproximando da minha já mostrando que será mais alto do que eu e agora, fica mais na dele, fala menos e se irrita com facilidade. Pronto, ele entrou no mundinho adolescente... Aí você tem que estar disponível, procurar, conversar saber do seu mundinho... ah, que foi pai...? "calma, não fica nervoso, só quero saber da sua vida..." Eles não gostam de falar sobre a vida deles por mais que você tente entender a cabeça e o mundo deles nessa idade. Entrega o boletim cheio de notas 9 e 10, diploma de destaque do semestre mas sem nenhuma grande emoção. "Poxa, filho, você continua bom de nota, hein? Parabéns!" "Tá..."
HOJE Perguntei porquê estava indo para a escola com uma camiseta amarela. Impaciente total, responde com gruindos "équezzallkss.." "É o quê? Fala direito e devagar!" "É setembro amarelo na escola, não recebeu o recado que a escola mandou, não?" "Ô, doido, fala direito com teu pai" "Mas eu tô falando direito, é o meu jeito..." Ah, é o jeito dele. Impaciência total. "Pai, não posso conversar agora, tô atrasado..." "Vai, vai, seu mal educado". Arruma a mochila, pega o lanche e vem me dar o abraço e o beijo como sempre faz todos os dias. "Vai logo, não quero abraço hoje, você tá muito grosso!" "Tá bom então, tchau". Vejo ele saindo e na hora já estou arrependido de não ter lhe dado o abraço e o beijo costumeiro. Ô, meu Deus, por que eles têm que crescer tão rápido...? Mas eu tenho sorte. É um ótimo garoto. Me ensina muita coisa sobre a geração Alpha, os nascidos a partir de 2010 e eu tento me manter atualizado. Sei que ele vai voltar pra casa do mesmo jeito de sempre, jogando a mochila no sofá e indo para o banheiro e me dizendo "deixa eu chegar primeiro, pai" quando eu lhe peço o abraço e o beijo de volta da escola. Ele vai me abraçar e me beijar como sempre faz, sem nenhuma mágoa do pai besta que não teve paciência antes dele sair. "Desculpa, filho, eu fiquei nervoso de manhã.." "Tá".
Olá, Eduardo!
ResponderExcluirUma perfeita descrição dos meninos...
Posso lhe garantir (ao menos lhe desejo que assim seja) pela minha experiência de mãe de filhos adultos e casados já, que eles voltam ao que eram, após passarem a fase 'braba'.
Ao que me deixou transparecer, ele só está aborrecente, nada demais.
Vai dar tudo certo. Será num grande homem.
Tenha um setembro abençoado!
Abraços fraternos de paz
Adorei! Eles ccrescem e mudam...Mudam por dentro e fotra... Têm suas próprias ideias e perspectivas de vida! Numa fase, se acham os certos em tudo e nós nada sabemos...
ResponderExcluirBom mesmo é poder tudo isso acompanhar e no meu caso, ainda repetir com netos! abração, chica
Edu!!!
ResponderExcluirQuero dizer que me identifico
com sua publicação.
Mas desejo, se você permitir
usá-la como argumento para
uma Con Versa, lá no Espelhando.
Me diz lá se ok.
Parabéns aos 2 por esse
belo filho.
Bjins a família.
CatiahoAlc.
Que linda narrativa Edu. Seu filho é lindo desde pequenino e na adolescência mudou mas manteve a ternura, besmo em atos de pequenas rebeldias. O que mais me assusta é a mudança de voz nos adolescentes.
ResponderExcluirDigo aterrador ou assustador, porque tenho um sobrinho também da mesma idade que o seu filho, que cresceu assim, de repente, e a voz ficou muito diferente. Eu me assusto quando ele vem me visitar e fala com a voz de trovão que ele adquiriu recentemente...hehehe
Ele tinha a voz tão fininha até o outro dia...Puxa, eu também queria que eles não crescessem...Que ficassem sempre pequenininhos!! Agora eles não dão mais aquela atenção pra gente como antes. A " tia" ficou pra trás, antiquada ...Mas sempre os amaremos com toda a força desse mundo!!
Parabéns Edu, quantas narrativas em comum!! Adorei conhecer o seu blog pois é a vida real nascendo e se desenvolvendo!!!
Fica bem e tenha uma feliz semana!! :))))
Um dia, quando meu filho mais velho estava ainda entrando na adolescência, eu o chamei e lhe dei um abraço, dizendo para que nunca esquecesse quanto ele era amado por nós, pois eu sabia que logo ele teria vergonha de ficar ao nosso lado. E que isso era normal, pois eu também tinha sentido a mesma coisa de meus pais. A vida é assim, meu caro. Os filhos crescem, passam a evitar a companhia dos pais (depois voltam), mas nunca deixe que ele esqueça do amor que sente por ele.
ResponderExcluirÉ meu caro Edu, eles crescem e muito se aborrecem nos questionamentos. Será que fomos assim?
ResponderExcluirBem no meu tempo e ou época, com 13 não ia para a frente do exercito, mas para o SENAI e assim foi e de lá para dentro da empresa como menor aprendiz. E hoje vi o meu filho nesta mesma sua passagem e cresceu e levando a sua vida no jeitão dele, mas um bom filho como o seu.
A nós só resta paciência e seguir a travessia.
Um abração e feliz semana.
Oi Dudu!
ResponderExcluirO meu filho tem 12 anos e faz 13 em março.
Ele dá umas ranhetadas comigo também, até porque acha que já sabe algumas coisas mais do que a gente.
Mas o meu é bem carinhoso.
Gosta de ficar comigo e conversar.
Ele treina judô e o sensei pega muito no pé de respeito e obediência. Judô é uma coisa legal.
A gente ama eles, e tem hora que aceitamos a falta de educação. Mas nãos ei se é certo.
Meus pais não aceitavam 1/10 do que eu aceito.
Vamos ver no futuro os frutos, né?
Um abraço meu amigo.
JUdô é muito bom para crianças, o meu fez durante 3 anos mas depois passou para a natação. Adolescência é assim, crescer não é fácil, mas tudo vai dar certo e eles serão, certamente, homens de bem.(mas não bolsonaristas fanáticos, por favor...)
ExcluirSorrisos...
ResponderExcluirApesar dos pesares, ainda é o tempo melhor.
Quando os pais não percebem o que se passa, é um grande sofrimento para as duas partes...
Excelente crónica, Edu.
Poderá encontrar muita cumplicidade e ajudar muitos atrapalhados...
Dias bons e agradáveis.
Um abraço.
~~~~~~~~
rssssss, oi Edu, tudo que você conta é verdade. A infância é sempre linda, estão juntos de manhã à noite, carinhosos etc e tal. Somos seus heróis.
ResponderExcluirDepois vem a adolescência, a idade da insegurança, do "Eu sei tudo", essa dá trabalho. Mas a admiração continua, acredite. Percebemos pelas conversas dos outros que chegam a nós.
Mas tudo muda quando passa essa fase, passam de filhos a grandes companheiros !
Aguarde mais um pouquinho, espera acabar a adolescência e vais ver a mudança e sentir um outro tipo de filho.
Gostei muito dessa crônica, muito verdadeira. Uma ótima quinta!
Abraços! Muita paz e paciência, rss.
Olá Edu!
ResponderExcluirGostei muito de ler a crónica. É muito fácil de entender a mensagem que quer passar.
Fala-se muito dos miúdos serem a educação que se lhes dá e, apesar de achar que tem alguma correlação, não se pode dizer que seja 100%.
Já vi casos de pais que deram uma educação exímia e, ainda assim, os filhos seguiram por maus caminhos.
A adolescência é tramada! 😅
Abraços e uma boa semana para si!
obrigado, Olavo.
ExcluirEste é o meu filhão, meu príncipe, apesar de todas as mudanças que estamos vendo surgir, ele continua sendo um menino carinhoso e sempre disposto a ouvir, mesmo com um pouco de impaciência. Vamos lá passar esta fase se orgulhando sempre no rapaz lindo que ele está se tornando e tentando ensinar a vida respeitando o momento deles. Amo demais. Edu estou aqui heim, kkkkkkkk
ResponderExcluirseja bem vinda, digníssima esposa....rs
ExcluirSua ida ao Poetizando me trouxe ao seu blog cheio de crônicas interessantes.
ResponderExcluirSou mãe de meninas,duas. Agora mulheres que são mães. São cinco netos,três meninos e duas meninas.
É difícil cuidar de outra vida,e tão gratificante. Aprendi muito ao longo desses anos com cada extensão de mim.
Abraços.
Parabéns pra ele e parabéns pra você pela homenagem e pelo texto.
ResponderExcluirArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
O meu nasceu em 2009. Concordo com você, até uns 5, 6 anos de idade eles são muito engraçados.
ResponderExcluirApareceu o tal do buço, desgraçou tudo. Passam a ser uns chatos de galocha. Não gostam de nada, nada está bom pra eles, reclamam de e retrucam tudo, estão sempre com a razão etc etc.
Mas amamos eles mesmo assim.
A relação entre pai e filho é primordial, aponta à criação da raça humana. Por isso, vai perdurar até ao fim dos tempos. Gostei muito.
ResponderExcluirUma crónica interessante sobre as relações entre Pais e filhos...
ResponderExcluirBeijos e abraços
Marta
Olá, Eduardo
ResponderExcluirInteressante crónica aqui deixas. Infelizmente, nem todas as relações entre pais e filhos são as melhores e mais salutares. Fico feliz por teres uma relação excelente com o teu filho. Que assim continue, estimado amigo.
Votos de um feliz fim de semana com tudo de bom.
Abraço amigo
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://solaastuaspalavras.blogspot.com
Olá Eduardo
ResponderExcluirTenho um casal e cada um com seu jeito.
Eu passei por essa fase, imaginando o que minha mãe passou com 5 filhos.
Temos que ser pacientes, educar e desejar tudo de melhor para os filhos.
Nunca me passou pela cabeça não ter filhos, sempre quis ser mãe.
São educados e do bem, com a graça de Deus.
Bom final de semana pra você e família 👨👦
Oi, Edu!
ResponderExcluirMuito legal o post!
Com a experiência de tia que eu tenho de um casal de sobrinhos pré-adolescentes, embora não conviva com eles hoje em dia, posso falar que é engraçada essa fase de quando eles começam a falar e viram tagarelas, parecendo que engoliram um gravador 😂, e não param mais, e é muito bom também, porque já sabem dizer o que sentem, o que querem e o que não querem.
Mas é tudo uma fase; o jeito irritado dos adolescentes serem é só uma fase. As pessoas mudam e estão em constante mudança. Crescem rápido e sempre mudam. 🙂
Bom fim de semana pra você e família! 💐🎈
Bem interessante seu texto!
ResponderExcluirE, se me permite, como seu filho se relaciona com a mãe ? Geralmente , as coisas são mais leves entre os sexos diferentes.
Cordiais saudações e bom fim de semana.
ResponderExcluirExtraordinário sucesso narrando suas elucubrações, sendo pai zelozo e entrando na fase da aborrecência do filho, aliás dois lindos. Edu a repercutição o fez sossegar como pai? Difícil, não? Difícil é ter um filho com TDAH, descoberta na fase de alfabetização pela professora que o alfabetizava e indicando um pediatra neurologista. Fui correndo e conheci a famosa TDAH, desconhecida, o pior, por diretores de escolas e professores. Agora, a Internet mostra tudo e todos descobrem tudo, mas andei com o coração sangrando e agora mesmo, deixei de comentar a crônica anterior porque meu coração continua sangrando. Enquanto eu tentava nas salas de aula fazer experiência com caramelo para explicar o Big-Bang, meu filho deixava os estudos e continua sangrando meu coração! Sabe Edu, não tenha medo, só deixa seu filho sentir que você o ama e o respeita! Só ame! Nossa! Eu escreveria um livro, se eu soubesse fazê-lo! Boa noite! Foi excelente ler a sua dedicação a ele!
Meu filho, chama-se Randall, escolhido pelo pai, que o adorava.
ResponderExcluirOi Eduardo!
ResponderExcluirGostei do seu blog, das crônicas bem escritas, vivazes, parabéns pela disposição e inspiração.
Seu filho é bonito e parece ser muito inteligente, tenho certeza que você é um paizão!
Abraço, Deus abençoe sua família!