TÍNHAMOS PASSADO a tarde toda no Shopping. Típico programa entre pai e filho que a gente faz de vez em quando. Nesses programas a mãe não vai. Geralmente fazemos isso em uma segunda-feira. Sim, com minha permissão, ela mata aula. A mãe trabalhando. Matar aula em uma segunda-feira deve ser o máximo para um adolescente de treze anos, quase quatorze a completar no próximo 21 de dezembro. E ainda mais com a permissão do pai! Pensando bem, não sei se seria mais emocionante para ele se matasse a aula sem eu saber....aliás, como eu de vez em quando fazia na idade dele. A questão é que o boletim dele é bem superior ao que o meu era...
Depois de um dia de cinema, sorvetes, carrinhos de bate-bate, chamo um Uber para voltarmos para casa. Logo na saída do shopping, há um sinal de trânsito e ali, em certo horário, vários adolescentes se reúnem para fazer seus números de malabares para ganhar uns trocados. Nesse dia, na hora em que saímos, lá estavam os meninos. O sinal fechava, iam para a frente do primeiro carro e jogavam limões para cima, fazendo-os girar no ar, tudo muito rápido. Antes do sinal abrir, iam de carro em carro pedindo uns trocados como cachê pelo show.
Quando um menino franzino, vestido com uma camiseta desgastada e um short que parecia grande demais para ele olhou para dentro do meu Uber pedindo seu cachê, vi que não tinha nenhum trocado. "Pai, ajuda o menino.", pediu meu filho. "Mas filho, eu não tenho nenhum trocado..."
O sinal abre. A fila de carro começa a andar. Olho para meu filho e vejo seus olhos marejados, olhar fixo como se estivesse matutando alguma coisa. "O que foi, Eduardo?". "Pai, esse menino deveriam estar em casa, ou no shopping como eu mas está aqui no sinal pedindo dinheiro, talvez para ajudar sua família...isso é muito injusto".
Naquele momento, percebi que tenho em casa um adolescente de treze anos com consciência social.
As diferenças sociais ,tão ristes, foram já bem percebidas pelo teu filho! Que bom! abraços aos dois, chica
ResponderExcluirHoje em BH já quase não se vê meninos carentes fazendo esse tipo de coisa ou pedindo dinheiro. Não sei onde foram parar. Em compensação, há muitos jovens com formação "circense" que ficam em vários sinais exibindo sua habilidade. Como não ando com dinheiro, nunca dou nada além de algum elogio. O curioso é que alguns calculam mal o tempo disponível e quando resolvem parar, o sinal está abrindo. Sonhadores, na minha opinião.
ResponderExcluirBoa tarde, Eduardo
ResponderExcluirEsses programas com o filho é muito gratificante. Triste demais a desigualdade social, ajudar o próximo é importante, que bom que o teu filho tem essa visão, fruto da criação de vocês. Obrigada pelas felicitações, um forte abraço.
Que legal Dudu.
ResponderExcluirAs crianças pensam com o coração às vezes.
Pena que se tornam como nós... Que muitas vezes olhamos para essas cenas, como se elas fossem parte da paisagem.
Muito triste isso.
Gostei da sensibilidade demonstrada pelo pedido do seu filho, Eduardo. Algo tão raro e precioso nos dias que correm...
ResponderExcluirUm abraço a ambos!
Fiz várias tentativas e não me foi possível seguir o seu Blog.
ExcluirEstranho! Não sei o que possa ter acontecido. Tentarei mais tarde.
Oi Janita, esse pequenos bugs sempre acontecem no Blogger. Tenta depois que vai...rs
ExcluirOs dias estão tão maus que algumas vezes esses meninos fazem-nos medo _ não conseguimos distinguir e surpresas aocntecem todos os dias. No entanto, é mesmo muito triste vê-los tendo que pedir na rua quando deveriam estar na escola ou no cinema ., curtindo o dia com o pai. Uma crônica pungente Edu, saio pensativa no tamanho da impotência ou do descaso sabendo que nossos filhos não estão nos entornos a serem julgados maltartados e a maltratar. Um abraço
ResponderExcluirBom dia de Paz, Eduardo!
ResponderExcluirUms cez, minha filha pequenina, estávamos ns capital, Vitória, naquele do Burger famoso e ela doou, sem pena, sua batatinha frita... já tínhamos saído do local... achei o máximo também... era o que ela mais gostava e o menino estava do lado de fora, maltrapilho o coitado, na certa com fome (da loja e da sociedade...).
Um nobre pensamento do seu menino adolescente.
Creio que formamos bem nossos meninos.
Tenha um final de semana abençoado!
Abraços fraternos
Obrigado, Roselia e que bonita atitude da sua filha!
Excluirfrequentei muito Vitória no ano de 1983, época em que estava cursando na Escola Aprendizes Marinheiros de Vila Velha. Foi um ano muito legal aquele.
Essa 'consciência social' provém de boa educação, mas fundamentalmente de bons sentimentos. Como mãe, professora e educadora, sei bem do que falo.
ResponderExcluirA festinha é na segunda... Deixei resposta por lá.
Bom fim de semana. Sorrisos
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As desigualdades sociais são o cancro da sociedade. E no Brasil é gritante como todos sabemos. É bom, um adolescente de 13 anos ter essa consciência social. Assim, talvez no futuro seja um adulto que possa fazer a diferença.
ResponderExcluirGostei de ler caro Edu.
Deixo os meus votos de um Feliz fim de semana.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Me emocionei aqui com a reaçaõ do seu filho, Eduardo
ResponderExcluirEstá de parabéns.
Um grande abraço para vocês
Verena.
Puxa Edu, você está criando muito bem o seu filho. Fiquei emocionada e também muito orgulhosa da reação dele. Ele é engajado e já tem consciência da desigualdade social, mesmo com tão pouca idade.
ResponderExcluirE nessa tarde de lazer que vocês passam juntos, vai criando um laço indissolúvel entre pai e filho que jamais será desfeito.
Bonito demais tudo isso.
Parabéns!!!
Lindo final de semana!!
Edu!!!
ResponderExcluirAdorei a publicação e a forma
como se dedica a seu Filho.
É essencial para que ele seja
quem Vc percebeu naquele momento.
Quanto aos meninos no sinal e
nem sempre são somente meninos e meninas,
aqui no ES, no RJ e em SP; muitas
famílias se dedicam a essa arte que
tem nome.
Quem tem talento mesmo, quando pode
ou quando é abordado por um diretor
de dança ou de circo, aceita ajuda e
estuda, se forma e recebe a profissionalização.
Conheço um caso, de uma moça que veio da Argentina
em busca de si mesma, mesmo formada em gastronomia
no país de origem. Ela já estava em SP havia 2 anos
e fazia exatamente malabares em um dos sinais
ali do centro de SP. Ano passado, estava
como estavam VC e seu Filho. só que no
carro havia um casal de diretores de uma Grande Cia
de Shows Circense de SP com atuação dentro e fora
do Brasil, deram cartão pra ela junto com o dinheiro.
Ela ligou logo a noite do mesmo dia, e não é
que ela foi contratada e é linda artista
nos dias de hoje?
Seu filho teve a sensibilidade que muitos
não se permitem. parabéns pra Vc e para Ele.
Bjins gratidão por ter
compartilhado esse momento
lindo.
CatiahoAlc.
ah, bacana essa história. Creio que não era o caso dos meninos que nos encontramos.
ExcluirOlá Eduardo Medeiros.
ResponderExcluirMuito boa sua crônica.
Seu filho está sendo bem educado.
Boa noite e bom final de semana.
Seu filho é um adolescente incrível.
ResponderExcluirTudo de bom para vocês.
Bah, que crônica... que filho maravilhoso, Edu!
ResponderExcluirConfesso que eu também fiquei com os olhos marejados...e como não? Emocionante o que li. Mando um abraço para seu filho,
incrível, num mundo não muito civilizado, poucos pensam e sentem assim.
Abraços, amigo.
Oi, Edu.
ResponderExcluirDura realidade. Grande sensibilidade expressada no seu texto e pelo seu filho. Um ótimo registro.
Boa quinta-feira! 💐🎈