DESDE SEMPRE fui um debatedor entusiasta de alguns assuntos: teologia, política e cultura eram meus temas prediletos. Lá pelos idos de 2006 até pelo menos 2015, participei de inúmeros debates em blogues e no Facebook sobre esses assuntos. E são assuntos intermináveis. Ora, como esgotar o assunto quando se fala de "Deus"? Os ateus eram minhas vítimas prediletas, pois eu gostava muito de provocá-los e mostrar muitas vezes que eles não conheciam de fato o livro que eles criticavam - no caso, a Bíblia. Porém, debatedor profissional não olha lado, pelo menos eu era assim; se gostava de debater com ateu, gostava mais ainda de debater com crentes...Sim, crentes devotos fideístas são pessoas em sua maioria muito boas, tenho alguns amigos de longa data que são assim, porém, são extremantes limitados por causa de suas dogmáticas. Em política eu criticava tudo: Direita, esquerda, centro, comunismo, liberalismo...eu gostava de debater por debater. Em cultura, gostava de discutir os filmes clássicos, os filmes atuais, peças de teatros, artistas, dramaturgos e personagens de quadrinhos.
Difícil era eu me definir politicamente, teologicamente e culturalmente. Até hoje muito de meus amigos crentes não sabem se eu sou ateu ou não; se sou de direita ou de esquerda; se prefiro cinema antigo ou cinema moderno ou se gosto mais de rock ou de MPB. Mas confesso que cansei de ser um debatedor profissional. De vez em quando a mosquinha da discussão ronda meu cérebro e meus dedos coçam...às vezes ignoro, às vezes, não. Mas na maior parte das vezes, agora, eu prefiro ironizar. Ironia é uma arte que poucos dominam e poucos entendem...Vai, não sou nenhum expert em ironia mas dou minhas cacetadas como dizia o filósofo Didi Mocó. Ironizo quem é bolsonarista, quem é lulista, quem é de direita ou de esquerda. Ironizo a existência de Deus e ironizo a sua ausência. Em plena pandemia, com o governo Bolsonaro imerso em polêmicas e balbúrdias, li um post de um amigo defendendo ferrenhamente o então presidente. Momento perfeito para um bom comentário irônico. Comentei assim:
Ó, deveras insensatez a tua, caro amigo! Depois de transverter o país em caos político, ainda teimas em acastelar tal presidente? Se ainda não removestes das tuas convicções tal despautério, perdoa-me a franqueza, não passas de um pascácio!!!
Desculpe o vernáculo rebuscado, mas agorinha mesmo, eu lia Machado...
Me alegro de descobrir que é muito parecido comigo. Acho extremamente saudável não ser dogmático, não radical nem fundamentalista. Como cantou o Raul, "prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Gostei muito do seu texto.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTemos que manter a mente aberta...saber defender o nosso ponto de vista e explicar o porquê....
ResponderExcluirAcima de tudo, manter o respeito...
Beijos e abraços
Marta
Temas esses política, religião e cultura são difíceis de debater e só o podemos fazer quando a ceweteza dos debatedores têm no mínimo educação... Sem esa, tudo fica impossível e fracassa, cai na baixaria! Adorei o final, com Machado,rs...
ResponderExcluirabraços, chica
Bom dia Eduardo,
ResponderExcluirSó quem tem uma grande cultura e uma inteligência nata pode debater esses temas bastante complexos.
Muito interessante a sua forma de debater todos esses temas.
Beijinhos,
Emília
Boa tarde de Paz, Eduardo!
ResponderExcluirConfesso que nem a ironizar me detenho.
Ocupo-me com reflexões próprias e não tenho energia para gastar mais com certos debates que não valem a pena.
Achei ótima sua saída pela ironia.
Não tenho interesse em aprender.
Temos algo em comum: também não deixo transparer meu partidarismo político. O voto não é secreto?
Enfim, há certo tipo de gente que não vale a pena debater nada de nada.
Recolho-me a minha insignificância mesmo.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos
Edu!!!
ResponderExcluirAos 27 anos eu e meu esposo, reuníamos em casa grupos
para que assistissem os debates e discutissem entre eles.
Eu confesso que sempre
me abstive de dar opinião
ou tomar partido.
E para ser sincera, continuo
assim. Mesmo assim
no governo anterior
a esse, fui muito desrespeitada
por me manter assim.
Não sou alheia a politica, até
pq é um direito a ser
respeitado e usufruído.
Mas deixam de aproveitar
os debates para exposição
de ideias para exercitarem
teses de confronto e exageradamente
provocativas.
Tenho vergonha do que
vejo ouço.
Sua publicação é fantasticamente
atual.
Abraço cordial
CatiahoAlc.
Boa tarde Edu
ResponderExcluirDebater temas polémicos como esses, não será para todo mundo, é preciso ter conhecimento.
Mas pelo que li, você é sempre do contra como se diz em Portugal.
Boa semana com saúde e harmonia.
:)
Piedade, é mais ou menos isso, gosto de ser "do contra" para exatamente problematizar pensamentos fechados. valeu.
ExcluirPara lá da questão da mera opinião política, não receou que o visado se sentisse menorizado na sua capacidade intelectual, quiçá agredido pelo significante do conceito.
ResponderExcluirAbraço de amizade.
Juvenal Juvenal
Juvenal, não....rs
ExcluirTemos muitas afinidades ideológicas, com uma grande diferença --
ResponderExcluireu aceito as diferentes opiniões, por vezes com sacrifício, mas dou
a conhecer as minhas...
Estou em pausa por uns dias.
Dias bons.
~~~~~
Nesse quesito somos bem diferentes, talvez pela minha criação (aquela que aceita tudo e nunca reclama), cresci sem debater, mas nem por isso aceitando tudo o que ouço. Minha especialidade é espalhar pelos meus textos, ficção ou não, minhas crenças junto com o que não acredito de forma a confundir quem quer apenas me "hatear".
ResponderExcluirGostei do seu texto e confesso que precisei recorrer ao dicionário para entender o título.
Até breve;
Helaina (Escritora || Blogueira)
https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)
Oi, Edu. Bom é ser assim, pois assim não fica-se preso ao extremismo que há em todos os lados, assim somos mais livres.
ResponderExcluirEu também tenho os meus lados, os meus caminhos, pontos de vista e defesas, crenças, não deixo de questionar quando é preciso questionar, mesmo que seja Deus. Até porque, a Bíblia, livro no qual eu acredito e tento seguir, diz que não se deve tentar a Deus, mas ela não diz sobre questioná-lo, porque Deus não espera de nós uma fé não raciocinada e para conhecê-lo precisamos estudá-lo e estudar as coisas e assuntos que lhe cercam e lhe dizem respeito; nós podemos sempre questionar, um cérebro inteligente, pensante e que não para de se expandir cada vez que aprende algo foi dado a cada um de nós humanos, se não fosse permitido questionar isso certamente não teria sido possível. Seres inteligentes foram criados e devemos agir como tais.
Gostei da sua composição no comentário que fez! 🙂
Boa semana! 🌻🌻🌻