Clube de Detetives Pão de Queijo

sábado, 28 de setembro de 2024

TAL KI EI SHOW

 



ATENÇÃO!!!! 1,2,3...no ar!


ESTE É O PROGRAMA DO CARLOS MEDEIROS SHOW, o maior tal ki ei show das Américas! E hoje, o apresentador Carlos Medeiros tem um convidado muito especial, ele mesmo, Eduardo Medeiros, blogueiro e dono de casa! Recebam o convidado com muitas palmas....clap clap clap clap....


— Boa noite, Eduardo, e aí, tudo bem? Já agradeço pela sua presença ilustre hoje aqui no programa.

— Tudo ótimo, Carlos, é um prazer.

— Eu vou começar pela sua infância. Qual foi assim, a malcriação mais malcriada que você fez?

— Olha, eu era bem quietinho...

— Mas alguma coisa que mereça uma citação, eu sei que tem, lembra aí...

— É...acho que foi o dia que toquei fogo no quintal da minha tia...

Risos na platéia.

— Vocês estão rindo, isso foi muito sério, gente...! A rima saiu sem querer...

— Eduardo, me explique melhor. Como você conseguiu tocar fogo na casa da sua  tia?

— Não, Carlos, na casa não, no quintal, o fogo ficou contido no quintal...

— Ah, sim, menos mal né?

— Então, eu tinha meus dez anos e estava brincando com meu irmão mais novo no quintal da minha tia que era enorme, cheio de árvores, plantas, parecia até um sítio...fomos brincar de acampamento. E aí eu dei a ideia de que tínhamos que fazer uma fogueira para o acampamento... Sorrateiramente, fui até à cozinha e peguei uma caixa de fósforos sem ninguém perceber. Meus pais conversavam com minha tia na sala da casa.

— Se foi "sorrateiramente" é porque já tinha consciência que estava fazendo algo proibido, né?

— É...mais ou menos...meu pai não ia deixar a gente acender uma fogueira...mas ia ser só uma fogueirinha pequena... Pelo menos era minha intenção...Então eu e meu irmão começamos a juntar folhas secas em um monturo e aí tocamos fogo em uma folha e eu joguei em cima  do montinho. O fogo pegou rápido, tudo folha seca...Mas aí o fogo começou a aumentar e meu irmão achando aquilo legal, começou a abanar a fogueirinha...e o fogo aumentou...eu até disse: Chega! Chega! mas aí..

— Aí aconteceu o que eu estou pensando?

— Sim...o fogo foi se alastrando, se alastrando, e de repente, uma fogueirinha virou uma fogueirona!! Apaga! Apaga! eu gritava para o meu irmão mas parece que ele estava achando o fogo legal...meu irmão sim era uma peste! Só sei que o fogo começou a pegar nas plantas, depois em uma árvore e a coisa saiu do controle...só nos restava sair correndo gritando "PAI, PAI, PAI..."

— O fogo crescendo e vocês gritando.

— Sim. Veio meu pai, minha mãe, minha tia e meu tio ver o que estava acontecendo. Meu pai tomou a inciativa e pediu pra todo mundo encher baldes de água. Enquanto eles combatiam o fogo,  eu e meu irmão ficamos com aquela cara de assustados, respirando ofegantemente num canto da varanda. Depois de uns minutos eles conseguiram apagar.

— Olha, que coisa...onde estava com a cabeça, menino??

— Olha, Carlos, só queríamos acampar...

— E depois, o que aconteceu?

— Advinha? ficamos eu e meu irmão em pé diante do meu pai, mãos estendidas...ele, com uma palmatória improvisada distribuindo palmadas, um depois do outro e perguntando..."VOCÊS QUERIAM TOCAR FOGO NA CASA..??? NÃO SABEM QUE NÃO PODEM BRINCAR COM FOGO...? nós dois ali, gritando de dor a cada varada e dizendo "DESCULPA PAI, DESCULPA PAI..." No final das contas, o castigo foi merecido.

— Ok, ok, Eduardo, que coisa, hein? Vamos dar uma pausa agora, lembrando que este programa é patrocinado pelas sandálias, Já Vai Ana, as únicas que não desbotam, não soltam as tiras e não tem cheiro...!!! 

Aplausos. Clap Clap Clap.

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Pois é, eu também sou Carlos. Carlos Eduardo. Então esta foi a primeira entrevista de mim para comigo mesmo para mim próprio...não percam o programa de entrevistas do Carlos Medeiros, passa todo dia às uma da manhã na Rede Tabajara de Televisão Educativa.



quinta-feira, 26 de setembro de 2024

PAIS E FILHOS # 2 - OS MALABARISTAS DO SINAL

 



TÍNHAMOS PASSADO a tarde toda no Shopping. Típico programa entre pai e filho que a gente faz de vez em quando. Nesses programas a mãe não vai. Geralmente fazemos isso em uma segunda-feira. Sim, com minha permissão, ela mata aula. A mãe trabalhando. Matar aula em uma segunda-feira deve ser o máximo para um adolescente de treze anos, quase quatorze a completar no próximo 21 de dezembro. E ainda mais com a permissão do pai! Pensando bem, não sei se seria mais emocionante para ele se matasse a aula sem eu saber....aliás, como eu de vez em quando fazia na idade dele. A questão é que o boletim dele é bem superior ao que o meu era...

Depois de um dia de cinema, sorvetes, carrinhos de bate-bate, chamo um Uber para voltarmos para casa. Logo na saída do shopping, há um sinal de trânsito e ali, em certo horário, vários adolescentes se reúnem para fazer seus números de malabares para ganhar uns trocados. Nesse dia, na hora em que saímos, lá estavam os meninos. O sinal fechava,  iam para a frente do primeiro carro e jogavam limões para cima, fazendo-os girar no ar, tudo muito rápido. Antes do sinal abrir, iam de carro em carro pedindo uns trocados como cachê pelo show.

Quando um menino franzino, vestido com uma camiseta desgastada e um short que parecia grande demais para ele olhou para dentro do meu Uber pedindo seu cachê, vi que não tinha nenhum trocado. "Pai, ajuda o menino.", pediu meu filho. "Mas filho, eu não tenho nenhum trocado..."

O sinal abre. A fila de carro começa a andar. Olho para meu filho e vejo seus olhos marejados, olhar fixo como se estivesse matutando alguma coisa. "O que foi, Eduardo?". "Pai, esse menino deveriam estar em casa, ou no shopping como eu mas está aqui no sinal pedindo dinheiro, talvez para ajudar sua família...isso é muito injusto".

Naquele momento, percebi que tenho em casa um adolescente de treze anos com  consciência social.

terça-feira, 24 de setembro de 2024

O PASCÁCIO

 



DESDE SEMPRE fui um debatedor entusiasta de alguns assuntos: teologia, política e cultura eram meus temas prediletos. Lá pelos idos de 2006 até pelo menos 2015, participei de inúmeros debates em blogues e no Facebook sobre esses assuntos. E são assuntos intermináveis. Ora, como esgotar o assunto quando se fala de "Deus"? Os ateus eram minhas vítimas prediletas, pois eu gostava muito de provocá-los e mostrar muitas vezes que eles não conheciam de fato o livro que eles criticavam - no caso, a Bíblia. Porém, debatedor profissional não olha lado, pelo menos eu era assim; se gostava de debater com ateu, gostava mais ainda de debater com crentes...Sim, crentes devotos fideístas são pessoas em sua maioria muito boas, tenho alguns amigos de longa data que são assim, porém, são extremantes limitados por causa de suas dogmáticas. Em política eu criticava tudo: Direita, esquerda, centro, comunismo, liberalismo...eu gostava de debater por debater. Em cultura, gostava de discutir os filmes clássicos, os filmes atuais, peças de teatros, artistas, dramaturgos e personagens de quadrinhos.

Difícil era eu me definir politicamente, teologicamente e culturalmente. Até hoje muito de meus amigos crentes não sabem se eu sou ateu ou não; se sou de direita ou de esquerda; se prefiro cinema antigo ou cinema moderno ou se gosto mais de rock ou de MPB. Mas confesso que cansei de ser um debatedor profissional. De vez em quando a mosquinha da discussão ronda meu cérebro e meus dedos coçam...às vezes ignoro, às vezes, não. Mas na maior parte das vezes, agora, eu prefiro ironizar. Ironia é uma arte que poucos dominam e poucos entendem...Vai, não sou nenhum expert em ironia mas dou minhas cacetadas como dizia o filósofo Didi Mocó. Ironizo quem é bolsonarista, quem é lulista, quem é de direita ou de esquerda. Ironizo a existência de Deus e ironizo a sua ausência. Em plena pandemia, com o governo Bolsonaro imerso em polêmicas e balbúrdias, li um post de um amigo defendendo ferrenhamente o então presidente. Momento perfeito para um bom comentário irônico. Comentei assim:

Ó, deveras insensatez a tua, caro amigo! Depois de transverter o país em caos político, ainda teimas em acastelar tal presidente? Se ainda não removestes das tuas convicções tal despautério, perdoa-me a franqueza, não passas de um pascácio!!!

Desculpe o vernáculo rebuscado, mas agorinha mesmo, eu lia Machado...



domingo, 22 de setembro de 2024

TUDO VIRA BOSTA




O ovo frito, o caviar e o cozido

A buchada e o cabrito

O cinzento e o colorido

A ditadura e o oprimido

O prometido e não cumprido

E o programa do partido

Tudo vira bosta


O vinho branco, a cachaça, o chope escuro

O herói e o dedo-duro

O grafite lá no muro

Seu cartão e seu seguro

Quem cobrou ou pagou juro

Meu passado e meu futuro

Tudo vira bosta


Um dia depois

Não me vire as costas

Salvemos nós dois

Tudo vira bosta


Filé minhão, champinhão, Don Perrinhão

Salsichão, arroz, feijão

Mulçumano e cristão

A Mercedes e o Fuscão

A patroa do patrão

Meu salário e meu tesão

Tudo vira bosta


O pão-de-ló, brevidade da vovó

O fondue, o mocotó

Pavaroti, Xororó

Minha eguinha pocotó

Ninguém vai escapar do pó

Sua boca e seu loló


Tudo vira bosta

Um dia depois

Não me vire as costas

Salvemos nós dois

Tudo vira bosta


A rabada, o tutu, o frango assado

O jiló e o quiabo

Prostituta e deputado

A virtude e o pecado

Esse governo e o passado

Vai você que eu 'tô cansado

Tudo vira bosta


Um dia depois

Não me vire as costas

Salvemos nós dois

Tudo vira bosta

Tudo vira bosta

Tudo vira bosta

Tudo vira bosta

Tudo vira bosta

Tudo vira bosta


_______________________

Compositor: Moacyr Franco

Canta: Rita Lee


* * * 


É SÓ ISSO. Até a próxima, pessoal. E não esqueçam...Tudo vira...


quinta-feira, 19 de setembro de 2024

TUDO ESTÁ DETERMINADO DESDE O BIG BANG

 



Que tal pirar um pouco na batatinha?


Pense: se seu pai não tivesse conhecido sua mãe, se não tivesse demonstrado interesse por ela, se foi rejeitado mas mesmo assim insistiu, jogou charme, fez declarações, fez juras de amor e por fim, a conquistou, você não existiria. Mas como você nasceu, não poderia não ter nascido. Você nascer estava determinado.

JÁ PENSOU NISSO?

Mas o caso sobre  acasos determinados (é, assim mesmo: não sendo para ser. É acaso mas é determinado, dependendo de que altura você ver) não começa com seu pai casando com sua mãe. Começa com seus avós...e com seus bisavós....e com seus tataravós....e assim a linha de acasos determinados prosseguem até chegar ao Big Bang, ao início de tudo. Ali, no momento em que o universo entrou em expansão, tudo já estava determinado a acontecer como aconteceu. Você não poderia não ter nascido, já que nasceu!

Aconteceu como aconteceu e não de outra maneira. Vamos ver de outra ótica: Imagine que você é Deus e que Deus é onisciente, ou seja, ele conhece tudo, presente-passado-futuro são para ele, um só momento já realizado-mas-estando-ainda-a-se-realizar.

O QUE DEUS VERIA?

Assim que esse Deus criou a singularidade que deu início a tudo, sendo onisciente, já sabia de tudo o que aconteceria na história humana em seus mínimos detalhes, e sabendo como aconteceria, não poderia fazer que acontecesse de outra forma...seria um paradoxo da onisciência? Se eu sou onisciente, tudo o que vai acontecer já aconteceu para mim e não poderia acontecer diferente, porém, saber como tudo vai acontecer já não determina que assim aconteça? Olha o paradoxo outra vez aí!!!

MAS TU TÁ VIAJANDO AGORA!

Ora, viajar em elucubrações metafísicas é bom, estimula neurônios e a imaginação. O que aconteceria comigo se ao nascer com pouco mais de dois quilos, com a cabeça que tombava pros lados, como me sacaneava meu pai, eu não tivesse sobrevivido? Não, não sobreviver ao nascimento seria impossível para mim, já que aqui estou com meus bons 80 quilos de pura massa muscular...(ah, tá bom, nem tanta massa assim)

Sabe por que você está lendo este texto agora? 

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

ESPERMOGRAMA




QUEM ME CONTOU FOI UM sujeito sentado ao meu lado num hospital em 1995.  Eu esperava uma consulta e ele também.  "É a segunda vez que eu vou tentar fazer essa exame..." Olhei pro sujeito e ele não parecia bem. Estava visivelmente tenso. Talvez para desabafar e tentar controlar a ansiedade, começou a me contar...

"Então, como eu disse, é a segunda vez que vou tentar fazer o espermograma. Semana passada vim mas não consegui, acho que paguei um mico...mas veja só, esse exame é complicado de fazer. O médico disse que minha testosterona estava abaixo do normal para minha idade, e olha que eu só tenho trinta e cinco! Ele me aconselhou a tomar injeções de testosterona para que os níveis fossem para a normalidade mas perguntou se eu ainda pretendia ter filhos. Ora, eu não tinha nenhum...estava há dois anos casado e esperava sim, engravidar minha mulher, dez  anos mais nova do que eu. Foi então que ele me disse que tomar suplemento de testosterona poderia mexer com minha fertilidade e que antes de tomar uma decisão de me receitar ou não, me pediu o tal do espermograma para ver como estava a qualidade dos meus espermatozoides..."

Prestava atenção no que ele dizia. 

"Pois então, meu amigo, eu vim fazer o tal exame. Uma enfermeira muito bonita me deu um potinho, me levou para uma sala reservada e me disse: ' Então, o senhor precisa colher o esperma e colocar dentro do pote. Tem umas revistas ali para ajudar o senhor e o banheiro é naquela porta...' Olhei para uma mesinha e vi algumas  Playboys em uma pequena pilha. Pareciam todas novas, deste ano. Fiquei meio sem jeito e ainda pensei em perguntar à bonita enfermeira se ela não podia me dar uma ajuda...mas achei que seria inconveniente..."

Fiz uma meia careta e concordei que seria inconveniente mas até que a ideia era boa. Levarmos alguém lá para dar uma força. Mas não a enfermeira do hospital, isso não...esperei que ele continuasse o ocorrido.

"A enfermeira saiu e me deixou lá com as Playboys. Olhei em volta e a sala era bastante impessoal. Fria. Branca.  A primeira revista da pilha tinha a foto da Adriane Galisteu. Dei uma olhada na segunda da pilha e me aparece a capa com uma tal de Karen Matzenbacher , que eu não sei quem é...Sinceramente, eu até gosto da revista, é elegante e as fotos são quase artísticas..."

Concordei com a cabeça.

"Mas veja, pode parecer mentira mas é verdade: Eu gosto de ler as entrevistas...você sabe que nenhuma outra revista faz entrevistas como a Playboy, né? Por lá já passaram Pelé, Xuxa, Senna, Tom Jobim..."

"Li a entrevista do Senna, muito boa mesmo", concordei. 

"Pois então, meu amigo, quando eu vejo a terceira revista da pilha o que me chamou a atenção não foi a modelo e sim o entrevistado: Fernando Collor de Melo. Eu tinha procurado essa edição mas esgotou logo, eu queria muito ter lido a entrevista  do ex-presidente para ver a versão dele de tudo o que tinha acontecido, o confisco, a Casa da Dinda, seu impeachment, os negócios do Paulo César Farias... Aquilo foi um achado! Peguei a revista e sentei no sofá. Abri direto na entrevista. Você sabe, mais de vinte páginas de entrevista...e aí o tempo foi passando, passando e eu esqueci do exame..."

Olhei espantado para o sujeito já com vontade de rir. Perguntei, "mas então, depois que leu a entrevista, conseguiu colher o material?"

"Qual nada, o amigão não quis ajudar... Não teve Galisteu nem Karen que desse jeito... Com a cara e a entrevista do Collor na cabeça não tinha jeito da outra cabeça dar sinal de vida..."

Nessa hora não aguentei e comecei a rir. Rir não, comecei a gargalhar, o que fez eu virar  alvo de olhares curiosos dos outros pacientes que estavam por ali. O sujeito começou a rir também. 

"Mas então, será que hoje você consegue?"

"Sinceramente, meu amigo, eu não sei... é difícil concentrar...mas vou dar uma chance à Galisteu".


sábado, 7 de setembro de 2024

O ADEUS A SERGIO MENDES - MAS QUE NADA

 









FALECEU ONTEM EM LOS ANGELES, um ícone da cultura musical brasileira: SÉRGIO MENDES, aos 83 anos. Consagrado internacionalmente, Sérgio Mendes foi um dos maiores responsáveis pela popularização da bossa nova no exterior. Nos anos 60 se mudou para os Estados Unidos onde criou a banda "Brasil 66" que ganhou fama mundial ao fazer misturas para lá de interessantes de samba com jazz, de forma original e inovadora. Sérgio Mendes trabalhou com grandes músicos do jazz, como Herb Alpert e Cannonball Adderley. Teve uma carreira de quase 60 anos marcada por muito talento e sucesso. Desde o fim de 2023 o músico vinha enfrentando doenças decorrentes de problemas respiratórios. Uma das músicas de maior sucesso da carreira foi sua releitura do samba "Mais Que Nada", do outrora Jorge Ben, hoje, Jorge Benjor. A música teve várias regravações e adaptações ao longo dos anos.

A música Mais Que Nada cantada em português pelas cantoras americanas do grupo, deu um charme todo especial à canção que saiu com uma sonoridade única, com aquele sotaque gringo misturado com o arranjo que Sérgio Mendes fez para a música. Resultado: Um grande sucesso.


Componentes do grupo Brazil 66:

Sérgio Mendes - piano, teclados, vocal de apoio, arranjos

Lani Hall - vocal principal

Karen Philip - vocal de apoio

Bob Matthews - contrabaixo, vocal de apoio

José Soares - percussão, vocal de apoio

João Palma - bateria


Sérgio Mendes e Lani Hall


Karen Philip


A VERSÃO ORIGINAL DA MÚSICA NA VOZ DE JORGE BEN:





A VERSÃO QUE SÉRGIO MENDES FEZ PARA O SEU GRUPO BRASIL 66 E QUE FEZ GRANDE SUCESSO NOS EUA E NO MUNDO.



E AQUI UMA VERSÃO MAIS RECENTE FEITA POR QUATRO CANTORAS FRANCESAS CANTANDA EM PORTUGUÊS E FILMADA EM PORTUGAL. Não consegui encontrar os nomes dessas cantoras mas elas deixaram a música ainda mais suingada e com uma batucada típica baiana.




SUGIRO UM DOCUMENTÁRIO QUE ESTÁ NA HBO MAX SOBRE A VIDA E A CARREIRA DE SERGIO MENDES.


* * * * * * * * 

Vou aproveitar essa postagem para fazer um novo MARCADOR aqui no Crônicas: Cultura Pop. É que eu lembrei que eu tinha um blog com esse nome e que achava que tinha deletado mas não, ele ainda está no ar, porém está sem atualização há anos e era voltado somente para temas da cultura pop: música, cinema, artes em geral. Dando uma olhada no blog percebi que vários textos estão com defeitos de formatação, então quero trazer as melhores postagem de lá para deixar aqui sobre o marcador temático "Cultura Pop". Espero que os leitores e comentadores daqui apreciem esse tema. E se não apreciarem, tudo bem, sem problema....rs









terça-feira, 3 de setembro de 2024

PAIS E FILHOS #1

 



FILHO tinha que chegar por ali aos 5 anos e estancar. Parar de crescer. Não tem nada mais traumático do que ver o filho crescendo, mudando, muitas vezes se tornando um estranho para você. Mas aos 5 anos você era tão brincalhão, risonho, e agora tá aí esse chato de cara fechada que só fala gritando...Pai, eu agora tenho 13, eu era uma criança idiota...Pois é, eles crescem e mudam. É vã a nossa tentativa de querer moldar o caráter e a personalidade dos filhos, eles não terão a imagem ideal que você tem na cabeça. Eles serão o que serão. Você fez sua parte: Deu toda atenção que podia, brincou de bola, brincou de montar quebra-cabeça, brincou de dançar diante da TV, brincou de fazer vídeos para o youtuber(hoje odeia tirar até foto), brincou de lutinha, ensinou boas maneiras, ensinou a respeitar as pessoas, colocou na melhor escola que podia pagar...  MAS POR QUE CRESCEM? Deveria haver lei contra isso. Chegou aos 5, tá ótimo, pra quê chegar aos 13, 15, 17 e passar pela insana crise da adolescência ? Acho que esse negócio de "adolescência" tinha que acabar. Voltar ao que éramos nos tempos da antiga Esparta, quando os meninos aos 12, já estavam com espadas e escudos nas mãos se preparando para ser um guerreiro. Sem crises.

TEVE ÉPOCA  que pensei em não ter filhos mas a mulher por quem me apaixonei queria ser mãe. Nasceu lindo, cabeludo mas já tendo que enfrentar um problema no parto e tendo que ficar 5 dias na UTI neonatal. Pediatra disse para ficarmos atentos à fala, pois talvez ele tivesse alguma dificuldade para começar a falar. Aos 10 meses falou "papa..." a mãe ficou emocionada, mesmo ele não falando "mãmã". E pouco tempo depois,  falava pelos cotovelos. Parecia uma metralhadora de palavras. Inteligente. Dizia coisas que me deixava espantado, "Ei, moleque, você tem mesmo 5 anos...?" 

MAS AQUELE garotinho fofo chega aos 13, começa a nascer bigodinho, a voz começa a mudar, destoada, rouca, procurando se firmar em algum timbre, a ponta da cabeça se aproximando da minha já mostrando que será mais alto do que eu e agora, fica mais na dele, fala menos e se irrita com facilidade. Pronto, ele entrou no mundinho adolescente...  Aí você tem que estar disponível, procurar, conversar saber do seu mundinho... ah, que foi pai...? "calma, não fica nervoso, só quero saber da sua vida..." Eles não gostam de falar sobre a vida deles por mais que você tente entender a cabeça e o mundo deles nessa idade. Entrega o boletim cheio de notas 9 e 10, diploma de destaque do semestre mas sem nenhuma grande emoção. "Poxa, filho, você continua bom de nota, hein? Parabéns!" "Tá..."

HOJE Perguntei  porquê estava indo para a escola com uma camiseta amarela. Impaciente total, responde com gruindos "équezzallkss.." "É o quê? Fala direito e devagar!" "É setembro amarelo na escola, não recebeu o recado que a escola mandou, não?" "Ô, doido, fala direito com teu pai" "Mas eu tô falando direito, é o meu jeito..." Ah, é o jeito dele. Impaciência total.  "Pai, não posso conversar agora, tô atrasado..." "Vai, vai, seu mal educado". Arruma a mochila, pega o lanche e vem me dar o abraço e o beijo como sempre faz todos os dias. "Vai logo, não quero abraço hoje, você tá muito grosso!" "Tá bom então, tchau".  Vejo ele saindo e na hora já estou arrependido de não ter lhe dado o abraço e o beijo costumeiro. Ô, meu Deus, por que eles têm que crescer tão rápido...? Mas eu tenho sorte. É um ótimo garoto. Me ensina muita coisa sobre a geração Alpha, os nascidos a partir de 2010 e eu tento me manter atualizado. Sei que ele vai voltar pra casa do mesmo jeito de sempre, jogando a mochila no sofá e indo para o banheiro e me dizendo "deixa eu chegar primeiro, pai" quando eu lhe peço o abraço e o beijo de volta da escola. Ele vai me abraçar e me beijar como sempre faz, sem nenhuma mágoa do pai besta que não teve paciência antes dele sair. "Desculpa, filho, eu fiquei nervoso de manhã.." "Tá".






Meu Pet Bebê

 VOCÊS TÃO LIGADOS   nessa onda atual mas que vem de longe, de considerar animais domésticos como "Bebê". Meu bebê pra lá, meu beb...