QUANDO CRIANÇA eu olhava o carteiro chegando. "Toma, é pra tua mãe". Tinha essas intimidades, o carteiro conhecia todo mundo na rua pelo nome. Eu pegava a carta e aquilo me trazia imensa felicidade. Como deveria ser empolgante receber uma carta! "Mãe, mãe, tem carta pra você!". Era da tia Valdira que morava em outro Estado. Eu gostava muito dela. Tinha uma linda voz, compunha belas canções com seu violão. Na carta ela contava feliz o nascimento do terceiro filho.
O carteiro deveria ser feliz. Ele era livre. Andava daqui prá lá a pé ou de bicicleta, entregando mensagens para as pessoas. Uma carta de um amigo distante. Um telegrama dizendo que a filha chegaria no sábado. Um telegrama sobre uma herança recebida...assim eu pensava no meu jeito sonhador de criança. Decidi ser carteiro quando crescesse. Levaria muitas cartas para muitas casas e deixaria todo mundo mais feliz, com boas notícias. Mas um dia entendi que o carteiro não só levava mensagens boas e alegres, mas também tristes. "Candinha faleceu. Infarto fulminante" - foi o telegrama que Dona Norma, a vizinha do fim da rua, recebeu naquele dia. O carteiro então, era como a vida. Nos fazia sorrir ou nos fazia chorar. Eu não queria mais ser carteiro, vai que eu teria que entregar um telegrama ruim para minha mãe!

Os carteiros são sempre esperados,mas nem sempre as notícias são boas! Hoje eles estão quase desaparecidos de nossas casas.Aparecem só pra contas e boletos trazer! abraços,chica
ResponderExcluirOi, Eduardo! É reconfortante perceber que o carteiro permanece como uma figura essencial em nossa sociedade, tão apressada e consumida pela correria cotidiana. Sua presença traz um toque de nostalgia e conexão, um lembrete de que a comunicação ainda pode ser um ato pessoal e significativo. Gostei da história.
ResponderExcluirAbraço!
Já fui carteiro e não foi uma atividade profissional que me deixou muitas boas recordações. Eu era lento demais nas entregas e era elegantemente ameaçado de perder o emprego pelo chefe.
ResponderExcluirSenti na pele, ou melhor, no tornozelo, o ódio e preconceito dos cachorros contra a profissão. Um linguicinha me abocanhou por trás.
Bom fim de semana.
Edu, que crônica repleta de nostalgia!!
ResponderExcluirEu sou do tempo das cartas, como era maravilhoso escrevê-las para nossos amigos e familiares e receber a resposta depois de 1 ou dois meses. A chegada do carteiro era uma festa! No meu caso, graças a Deus ele trazia boas notícias...De uniforme amarelinho, sempre pontual!
Hoje quase não existem mais. Entretanto existem entregadores da Shoppee, do Mercado Livre, da Amazon e etc ...Os tempos mudaram demais!
Maravilhoso final de semana amigo!! :))))
Olá, amigo Edu.
ResponderExcluirPor aqui ainda existem carteiros. Aliás, nunca deixaram de existir.
Embora não andem a pé, mas de carro ou de moto. Eles andam a fazer o seu trabalho de entregar a correspondência.
Votos de um feliz fim de semana, com tudo de bom.
Abraço de amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://sltaastuaspalavras.blogspot.com
Edu,
ResponderExcluirSou de um tempo em que as
cartas eram o nosso elo com
o mundo, literalmente.
Eu administrava uma equipe
de intercâmbio com Missionários.
Era muito recompensador.
Eu usava a Carta Social, conheceu?
Os 2 carteiros que cobriam a minha rua
agiam como seu texto cita, eram quase
"de casa". Depois de 2007 eu me correspondia
com amigos via cartas e assim foi até
que e o correio eletrônico ( emails )
naturalmente tomassem o lugar das cartas.
Adorei a publicação!
Bjins
CatiahôAlc.
Obs:
ExcluirNão sei se já deixei essa sugestão
de blog bom aqui, se já deixei
ignora, se não , confere, se desejar.
Eu gosto muito de ler lá no Pedro
https://devaneiosaoriente.blogspot.com/
Você está cada vez mais craque com as crônicas que publica!
ResponderExcluirQuerido Eduardo,
ResponderExcluirSeu texto é doce e sensível, cheio da inocência e da curiosidade de uma criança que descobre o mundo aos poucos. Adorei como você mostra o carteiro não só como um entregador de cartas, mas como um mensageiro da vida trazendo alegrias e tristezas, sonhos e realidades. Há uma delicadeza nessa lembrança, no olhar que observa cada gesto e cada emoção da vizinhança, e também uma reflexão bonita sobre responsabilidade e empatia. O final, quando percebe que nem todas as mensagens são felizes, é tocante e profundo: a vida nem sempre é simples, mas o encanto de sentir e se importar permanece.
Tenha um final de semana precioso.
Fernanda
Olá, Eduardo
ResponderExcluirBoa lembranças!!
Tão bonita profissão, que aqui no Rio esta quase em extinção.
não tem condição. Bons tempos que os carteiros enfrentavam somente os cães.
Imagine os carteiros entrarem em "zonas de risco", não tem solução.
E os Correios então...
Feliz dia ☺
Lembro-me de ser assim como o que descreve, em que o carteiro conhecia toda a gente pelo nome. Depois, vieram outros carteiros que não conheciam ainda ninguém e tinham de perguntar, ainda não havia os números das portas nem as ruas tinham nome; muitas cartas iam parar a outras moradas... e ainda hoje.
ResponderExcluirBom fim-de-semana!
Incrível como pessoas simples se tornam parte da nossa vida!
ResponderExcluirBjxxx,
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Oi, Edu.
ResponderExcluirSeu conto me fez sentir saudade do tempo que eu trocava carta com uma amiga. A emoção de receber um texto pelo correio é muito melhor do que as mensagens de celular de hoje em dia. Mas sim, nem todas elas são felizes...
Tenha uma boa semana!
Helaina (Escritora || Blogueira)
https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)
Olá grande Eduardo! Como é bom ler os teus textos que nos passam mensagens sempre com os mais variados tipos de emoções. É muito querido na visão de uma criança olhar para algo e ver apenas o lado positivo dessa coisa. Infelizmente crescemos e percebemos que a coisas negativas também existem em tudo. E essa é a verdade! Gostei mesmo muito, sempre com histórias tão giras 😄 abraço!
ResponderExcluirToda profissão tem seus altos e baixos. Nem tudo é alegria rs
ResponderExcluirTroca seguidor? Fica com Deus https://bloguinhodateka2022.blogspot.com/
seja bem-vinda. Vou lá te ver.
ExcluirWhat a poignant reflection! 💌 The postman as a metaphor for life — delivering both joy and sorrow — is so powerful. I can feel the fear and empathy in your words, imagining having to bring painful news to someone you love. It really captures how fragile and unpredictable life can feel through such a simple, everyday role. 🌿✨
ResponderExcluirQuando eu era criança sentia exactamente o mesmo. Tenho um imenso respeito pelos carteiros. Eles trazem-nos pedaços de nós que estão longe.
ResponderExcluirObrigada pela partilha
Fiquei fã do blogue, comecei a seguir
Abraço
Que texto incrível – curto, significativo e belo!
ResponderExcluirE imediatamente, ele desperta uma avalanche de lembranças em todos que o leem.
Sim, o carteiro era quase como um membro da família – ele conhecia todo mundo, e todo mundo o conhecia.
E muitas pessoas o aguardavam ansiosamente. Eu também!
Sobretudo nas aldeias...o carteiro pode fazer a diferença! 👏😘
ResponderExcluirOlá, Eduardo
ResponderExcluirO carteiro tinha essa função de entregar cartas com boas alvíssaras
como más. Também telegramas. Esses pela sua raridade e urgência
já deixava adivinhar alguma coisa má.
Hoje já não se recebem tantas cartas. Só de facturas da luz, da água
do gás...essas não são tão bem recebidas.
Lembro-me de um livro de Júlio Dinis, quando o carteiro chegava era
uma ansiedade, quase uma festa. A protagonista, a Morgadinha dos
Canaviais, lia as cartas para aqueles que não sabia ler. Sempre gostei
muito desse quadro tão bem pintado pelo autor.
Boa semana.
Abraço
Olinda
... não sabiam...
ExcluirEsta sua magnífica crónica fez-me recuar até à minha infância, onde me acontecia com frequência receber o correio das mãos do carteiro. Belos tempos...
ResponderExcluirBoa semana caro Eduardo.
Um abraço.
Agora as cartas do carteiro ou são contas para pagar ou informações. Lembro-me do tempo em que também eu escrevia cartas e recebia respostas às mesmas. Era outro tempo que não vai voltar. Só se for nas aldeias que ainda recebam notícias... Gostei muito destas suas memórias.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Era sempre uma surpresa quando recebi amos uma carta, Edu.
ResponderExcluirGostei da sua postagem.
Um abraço
Verena
Olá Edu. Que lembranças boas daqueles velhos tempos. Sua postagem me fez voltar no tempo das cartas que começavam sempre com "saudações". Gostei da sensibilidade exposta no seu texto
ResponderExcluirAbraços .
https://kantinhodafe.blogspot.com
É desse jeito mesmo. A vida é assim.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Oi Edu gostei muito muito do seu texto. Pra mim TB era muito legal quando o carteiro vinha entregar cartas em casa. Eu queria tanto receber uma carta. Rsrs. Deu uma nostalgia.
ResponderExcluirAqui os carteiros passam de vez em quando, como as contas vem pelo e-mail quase não vejo entregando correspondências, desejo uma ótima semana abraços.
ResponderExcluirDeixei no 'A Vivenviar' umas notas ao seu comentário...
ResponderExcluirPessoalmente e no final.
~~~
Oi, Edu, que linda crônica, me reportei à época dos carteiros...
ResponderExcluirQue curiosidade, o que ele iria entregar?
Hoje temos e-mails, Whats imediatamente, melhor, sem duvida,
mas o romantismo ficou lá atrás com os carteiros
entregando suas cartas, e outras coisas. Mas foi-se! Restou a saudade,
as lembranças e a nostalgia de tempos que não volta,
Uma feliz semana, Edu!
Abraços daqui do Sul.
Os carteiros eram simpáticos. , lembro que usavam uma roupa cáqui (aquele marrom claro)
ResponderExcluiros tempos mudam e sabe bem descrevê-lo.
boa noite, Eduardo
Olá, Eduardo.
ResponderExcluirA sua bela crônica me trouxe nostalgia dos
tempos idos em que havia realce de sentimentos
e emoções quando os carteiros entregavam as
correspondências.
Gostei muito do seu texto e parabenizo-lhe por
tão profunda e bela sentimentalidade.
Parabéns e um grande abraço.
Cheguei a trocar cartas com um amigo quando me mudei para outro Estado aos 15/16 anos de idade. Todos os meses enviava e recebia algo. Guardei todas por um tempo, mas as perdi numa mudança. Era gosto receber cartas...
ResponderExcluirLembrei agora de O Carteiro e O Poeta.
Abraços!
Minha mãe me contou que namorou meu pai um bom tempo por carta. Nem imagino como era isso. Bju
ResponderExcluirDesculpe-me aí do tal Olavo, que você lia muitos artigos, inclusive dois livros dele, mas a culpa foi do Google quando eu pedi que me mostrasse figuras de pessoas falantes e eu escolhi o pobre Olavo sem ter noção alguma que ele é conhecido! Tadinho dele, fiquei penalizada com o seu comentário e envergonhada. Vou fazer uma reza para ele me perdoar, tá bom? Agora falarei das cartas, cujo escrito seu maravilhou-me e eu tenho situações desde 1963, ano em que conheci meu primeiro e único amor. Tanto ele como eu somos nascidos na mesma cidade, ambos de famílias conhecidas. Ele porém estava morando em outro estado por causa do trabalho. Em visita à família que continuava morando na mesma cidade que eu, recebi a primeira cartinha dele, após eu passar por ele, indo ao colégio. Li a cartinha e sei que eu já não era a mesma, eu parecia até levitar, roxinha de paixão! Resumindo, ele voltou para o trabalho e eu ansiosa pelas cartas e elas vinham, tão doces e sempre, até que um dia ele voltou e aí firmamos o namoro. Foram muitas cartas eu as amava tanto! Hoje, ainda guardo em minha mente as lembranças que elas causavam em mim e Também as muitas estórias vividas com ele. Tivemos três filhos, ele é falecido e nunca mais o esqueci, ainda sou apaixonada por ele. Olha, Eduardo não sei escrever como você então não repare o relato, hein? Abração e sempre o meu afeto!
ResponderExcluirEm tempo, naquele tempo, tínhamos caixa postal e que alegria era receber o carteiro. Desconfio que estou nessa de carteiro, vire e mexe colocam as cartas dos vizinhos na minha caixinha e lá vou eu a entregá-las nas casas certas. Pode isso?
ResponderExcluir