Cláudia Cristina desde muito nova, tinha dúvidas se gostava de meninos. No Ensino Médio, Cláudio Romero lhe pediu um beijo e ela lhe ofereceu seus lábios, mas depois fez cara feia de nojo. Cláudio Romero, popular conquistador da escola, viu-se diminuído, objeto de sátiras dos amigos e quase entra em depressão.
Em outra ocasião, o beijo que Cláudia Cristina deu em Ana Paula fora o máximo. Ela confirmava para si que seu desejo era por uma igual. Cláudio Romero não deveria ter ficado tão magoado e diminuído em sua fama de conquistador e ainda ter posto nela a culpa pelo beijo fracassado.
Não que Ana Paula gostasse de meninas, Ana Paula gostava de bocas, fosse de um gênero ou de outro. A despeito de todo preconceito que sofreram de alguns, namoraram por todo o período do segundo ano do Ensino Médio quando a família de Ana Paula se mudou para Brasília.
Cláudia Cristina sofreu.
Seis meses depois, seu irmão José Luiz, levou sua namorada, Helena Juliana, para conhecer a família. Uma bela morena no auge dos seus vinte anos. Seios fartos, sorriso encantador, cabelos encaracolados que descansavam lindamente em seus ombros. Para Cláudia Cristina, foi amor à primeira vista. Foi como se Ana Paula nunca tivesse existido.
Três meses depois que José Luiz apresentou Helena Juliana à família, as duas estavam perdidamente apaixonadas - Helena Juliana e Cláudia Cristina. Para Helena Juliana foi uma descoberta, pois jamais se percebeu atraída por mulheres. Que sedução era aquela que tinha Cláudia Cristina?
José Luiz afundou-se na vergonha. Não saia mais do quarto onde passava o dia inteiro descarregando sua frustração e ódio da irmã em jogos online. Cláudio Romero também jamais perdoara a vergonha que Cláudia Cristina lhe impusera. José Luiz não conseguia perdoar nem a irmã nem a ex-namorada. Ambos se encontraram online em uma partida de Fortnite. Ficaram amigos. Trocaram frustrações. Admiraram-se de como o "mundo era pequeno".
Três meses depois os corpos de Cláudia Cristina e Helena Juliana foram encontrados em um matagal.
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Foto gerada por IA

Não houve tempo para o desgaste
ResponderExcluirOs defeitos, os desenlaces
O orgulho ferido de homem
Não lhe fazia nada bem
Então ele viu
Que tinha um caminho a seguir
Lembrou-se de Chico Buarque
E fez pior do que jogar pedra na Geni
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUau! que narrativa forte... pior que é assim mesmo que muitas pessoas acabam com suas frustrações, principalmente, quando se trata de "ser trocado" por um amor do mesmo gênero, as pessoas não entendem, não respeitam e, na maioria das vezes, e resolvem acabar com a felicidade de quem os frustrou como essas moças, que, apenas resolveram assumir o amor que existia entre elas...parabéns pelo texto!
ResponderExcluirOh! que tristeza!
ResponderExcluirFiquei chocada com o desenlace da história.
Cada um tem o direito de viver a sua própria
vida e de fazer as suas escolhas.
É certo que somos levados a pensar que esse
crime terá sido perpetrado pelos dois rapazes.
Não conheço o jogo, Fortnite, e espero que não
tenha elementos que os influenciassem...
Gostei muito desse texto. Traz-nos um assunto
de que não se fala muito, mas que deveria ser abordado
com a naturalidade com que no-lo apresenta.
Abraço
Olinda
Triste fim para as duas,Edu! Apenas chegada, vou me acostumando com o novo cenário...
ResponderExcluirabraços, chica
Bom Dia!
ResponderExcluirEduardo,
que texto forte e necessário.
A dor que nasce do preconceito e da incompreensão ainda é uma das mais cruéis. Cláudia Cristina e Helena Juliana representam tantas histórias silenciadas de amor, de culpa imposta, de vidas que o mundo não soube acolher.
Que um dia a liberdade de amar não precise mais ser paga com sofrimento.
Tenha um lindo dia
Fernanda
Como diz o Marreta, Pãããta... Eu estava esperando um final onde os dois frustrados se apaixonassem, nunca que se tornassem feminicidas. Texto bacanaço.
ResponderExcluirEDUARDO,
ResponderExcluirexcelente!!!
Se puder vá até o meu blog, HUMOR EM TEXTOS, e aumente o volume!!!
Um abração carioca
Que triste fim. Um texto forte. . A forma como você narra o amor profundo entre as "meninas", e como a vida lhes rouba os sonhos justamente quando estavam prestes a florescer, é devastador. Você narrou com grande sensibilidade a dor da perda e da vergonha e o desespero que pode obscurecer toda a esperança. O final trágico para todos foi inevitável.
ResponderExcluirFeliz noite ☺
Levei um susto com o desenlace trágico. A forma como fui lendo era um amor calmo, sem conflitos, algumas surpresas entre os casais e de repente a frase final _ um matagal... Surpreendente, Edu .
ResponderExcluirGosto sempre das suas crônicas e deixo abraços.
Nossa!! Muito bem contada esta história, no final, veio o inesperado
ResponderExcluire um susto!
Triste, muito triste. Pena que as pessoas não podem ser como são.
Uma feliz semana, Edu, vai criando...Muito bom!
Abraços!
Uau? Que texto forte e impactante. Esse tal preconceito que leva muitos a cometer atos arrepiantes. Me vi diante de uma reportagem sensacionalista ,dessas narradas quase que diariamente na Tv.
ResponderExcluirInfelizmente, assim caminha a humanidade.Abracos
https://kantinhodafe.blogspot.com
https://kantinhodaedite.blogspot.com
Sacudiu-nos Edu com final tão inusitado e trágico. uma belíssima narrativa que nos provoca tantas reflexões. E o mundo pequeno, acho mesmo que o é!
ResponderExcluirAbraço!
Olá, amigo Edu, gostei muito deste seu conto, arte essa que já conhecia em outras postagens de seu blog.
ResponderExcluirLembro-me de dois pequenos contos seus, escritos e publicados, faz algum tempo, em cujas postagens comentei.
Agora venho parabenizá-lo por este conto, cuja personagem principal é uma moça que gosta de pessoas do mesmo sexo. O final foi trágico, o que nesses casos às vezes acontece.
Um bom final de semana.
Grande abraço.
Um romance juvenil jamais é esquecido, principalmente quando termina em tragédia.
ResponderExcluirNova tirinha publicada. 😺
Abraços 🐾 Garfield Tirinhas Oficial.
Um texto profundo, triste e forte.. um amor de jovens e triste quando acaba, ne?.. fica para a vida toda.
ResponderExcluirEita Dudualdo!
ResponderExcluirQue texto irreverente e forte esse.
Parabéns meu amigo.
A última linha foi um grande plot!
Um abraço!
Noosssaaa!! Apesar de forte, teu texto lembra que vivemos numa sociedade pra lá de machista e também preconceituosa ao extremo. Os dois machões nunca aceitaram que perderam a noiva/namorada para outra mulher. Cruel! Bom fim de semana!
ResponderExcluirNão esperava pela reviravolta! A narrativa foi rápida, direta, inspirou sentimentos e teve um final trágico. Gostei!
ResponderExcluirTenha uma boa semana!
Helaina (Escritora || Blogueira)
https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)
Uau! Adorei o final da história. Surpreendente.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia