LI NO JORNAL O GLOBO do Rio de Janeiro, uma interessante matéria sobre redes sociais e jogos eletrônicos - quais dos dois causam mais danos ao cérebro? Oh! my god! DANOS AO CÉREBRO? Como assim...?
Os jogos eletrônicos ainda hoje são vistos como "alienantes da realidade", "perigosos", "induzem à violência" e que poderiam deixar o "cérebro atrofiado" com adolescentes parecendo zumbis trancados no quarto.
Eu nunca concordei que jogos eletrônicos fossem nada disso. Induzir à violência? Ora, um exemplo aqui e ali que mostram jovens que resolveram sair por aí com uma metralhadora matando pessoas que supostamente foram "influenciados pelos jogos" não pode representar o universo de jovens que jogam tais jogos - que são milhões ao redor do mundo. Temos "milhões" de jovens assassinando velhinhas nas ruas? Pois é.
A matéria do jornal traz pesquisas onde ficou demonstrado cientificamente que o vilão da juventude (e da velhotude) - PREPARAM-SE - são as REDES SOCIAIS. Como diria o Chaves, "pois é pois é pois é".
Diz a matéria:
No cotidiano, os elementos dos jogos ajudam a estimular a concentração e aumentar a atividade da região do córtex pré-frontal dorsolateral. ...destaca o fato do jogador receber uma resposta imediata — seja visual ou auditiva — em relação ao seu desempenho.
Em contrapartida, as redes sociais, por serem caracterizadas por seu consumo imediato, aumentam a produção de dopamina e ativam no cérebro mecanismos de condicionamento, que incentiva o consumidor a continuar procurando conteúdos.
Parece-me óbvio.
E está explicado porque quando você entra no quarto do seu filho, do seu neto, e ele está com um fone de ouvido jogando, pode cair o telhado na cabeça que ele nem percebe, tal a concentração que o jogo promove.
Como a grande maioria dos nascidos na era digital, Eduardinho é aficionado por jogos. Joga desde muito novinho e eu nunca vi problemas nisso, mesmo porque, sempre procurei misturar jogos eletrônicos com jogos de tabuleiro. Ensinei a ele a jogar Ludo, Damas, Xadrez, Dominó, Uno...Já tivemos partidas homéricas de xadrez!
Na primeira infância eu lhe oferecia jogos principalmente educativos. Jogos onde ele aprendia palavras em inglês, cores, números, alfabeto....era muito engraçadinho vê-lo aos 3 anos declamando o alfabeto em inglês: Ei, Bi, Ci, Di, I, Éf...
Ele não gosta muito de rede social. Não tem Face, nem Insta, TikTok (como a maioria dos amigos têm). Fizemos juntos um canal no Youtube onde publicamos vídeos dos seus 6 aos 8 anos, até o dia que ele chegou e me disse que não queria mais brincar de gravar vídeos. Eu falei ok. (mas confesso que fiquei triste, pois gravar vídeos engraçados com ele era muito divertido).
E também tem o problema que agora aos quase 15 anos, tem uma imensa vergonha de tudo o que gravou quando era pequeno...por isso foi lá no canal dele e colocou a maioria dos vídeos em modo restrito. Entendo, vergonha adolescente das coisas que fazia e dizia quando era pequeno. Quem nunca?
Mas quando o vejo no computador, jogando algum jogo online junto com amigos online, eu não vejo isso como ruim - pelo contrário - e a matéria do jornal me confirmou isso. É claro que tudo precisa de equilíbrio. Desde muito pequeno também o incentivo a se exercitar em casa. Não pode ficar horas sentado jogando malhando o cérebro e o foco e esquecer do corpo. Virou hábito. Ainda hoje de vez em quando ele faz treinos comigo mas não deixa de fazer se eu não fizer junto. Eu sempre cobrando: Não vai treinar hoje? Ás vezes a preguiça juvenil lhe abraça e ele diz "hoje não, pai.." ..." tudo bem, mas amanhã eu quero ver você suando"
Então, amigos, vocês que costumam ler, fazer palavras cruzadas, como estimulante cerebral, pondere colocar no cardápio um bom joguinho eletrônico. Vale até o clássico PacMan.
Querido Eduardo,
ResponderExcluirque delícia ler sua crônica! Você trouxe um tema atual de uma forma leve, mas ao mesmo tempo muito profunda. Essa comparação entre jogos eletrônicos e redes sociais realmente dá o que pensar. Também acredito que os jogos quando usados com equilíbrio podem ser grandes aliados, tanto para estimular o raciocínio quanto para proporcionar momentos de lazer e conexão. Achei encantador como você entrelaçou a matéria do jornal com sua vivência com o Eduardinho. Fiquei imaginando as partidas de xadrez, os vídeos engraçados que gravavam juntos, e até essa fase tão própria da adolescência em que eles escondem o que antes mostravam com orgulho. É bonito ver como você acompanhou de perto cada etapa, oferecendo não só os jogos digitais, mas também os de tabuleiro e educativos. Esse cuidado em equilibrar diversão, aprendizado e exercício físico mostra o quanto o carinho de pai pode ser transformador.
Concordo com você: não é justo culpar os jogos eletrônicos por todos os males do mundo. Como você bem disse, se fossem realmente um estímulo direto à violência, teríamos “milhões” de jovens reproduzindo atos absurdos, o que não corresponde à realidade. O grande vilão, muitas vezes, é justamente o consumo excessivo e disperso das redes sociais.
Seu texto é um convite à reflexão, mas também à ternura, porque nos lembra que, mais do que tecnologia, o que importa é o olhar presente de quem educa e acompanha.
Obrigada por compartilhar esse relato tão humano e lúcido.
Um abraço com carinho,
Fernanda
Eu nunca tive saco para jogos eletrônicos. Um colega de serviço comprou na décads de 1980 um micro Digitus 100, que era alimentado através de fita cassete. Levou para o serviço e durante algum tempo ficávamos brincando com ele (no horário de serviço, melhor momento para coçar saco). Só tinha jogo em PB em que você precisava abater as naves alienígenas. Não demorou para o saco encher e aquela geringonça ficou abandonada (esqueci de dizer que não tinha monitor, a tela era de uma TV de 14"). DEpois disso, já na época do Atari, lembro-me apenas de um jogo idiota onde uma galinha tentava atravessar a rua e um de olimpíadas que servia apenas para destruir o joystick (nem sei se o nome é esse mesmo). E zéfini. Redes sociais para mim são um lixo. Utilizo whatsapp mas não faço parte de nenhum grupo. E no facebook eu faço questão de não ultrapassar a marca de 150 "amigos". Agora, blog é vício. Se blog fosse cigarro eu fumava, se fosse bebida eu me embriagava e se fosse pó eu cheirava.
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