PODE PARECER CLICHÊ mas de fato, ele é minha melhor versão. Quando ele nasceu eu tinha 45 anos. um amigo me disse que eu já "seria velho" para ser pai. Não discordei. Mas o que posso fazer se antes dele, eu nem queria ter filhos? De fato, não tive "filhoS", tive um só. E ele já me basta.
Quando namorava a mãe dele, sutilmente assim como não quer dizer nada, comentei como muitos casais hoje não querem mais ter filhos por várias razões. "Eu quero muito ser mãe" - foi o comentário dela. Nunca mais toquei no assunto. Depois de 12 anos do meu primeiro fracassado casamento, eu tinha encontrado uma mulher que me fez outra vez desejar estar casado - e não ia perder a oportunidade.
Casei velho, me disse também outro amigo. Eu tinha 40 e ela 29. Aí eu discordei, pois pra casar não tem idade. Mesmo porque, me casei novo (o que reputo ter sido um dos motivos para o fracasso) aos 23 e ela 17 e não deu certo. Que posso fazer? Penei para entender que para estar casado, é preciso ter um mínimo de maturidade emocional - coisa que eu não tinha - por isso me dei um longo tempo sozinho. Curti muito a solteirice por 12 anos. Eu tinha muitos amigos. Eu era diretor de um grupo de teatro amador. Uma ficada ali, outra lá, sem nenhuma consequência mais séria. Até que a encontrei por puro acaso ou por puro destino.
Demovido da ideia de não ter filhos, combinamos que teríamos ao menos um. Uma, eu dizia. Se era pra gerar um rebento, que fosse uma menina. Eu achava que me daria muito bem sendo pai de menina, mas qual foi minha decepção quando no exame de ultrassonografia, o médico disse: "parabéns, pai, olha lá o pintão dele..."
Depois de dois segundos de decepção, já estava apaixonado por ele. É isso aí, eu vou ser pai de um pintudo!!
O blogueiro-cronista-escritor-desenhista-chargista Jotabê, escreveu uma crônica que achei bem legal no dia dos pais. Para ele, dia dos pais é o dia "do fã", pois se diz fã dos seus quatro filhos. Achei isso muito bacana ( https://blogsoncrusoe.blogspot.com), pois também sou fã do meu.
Eu tive a benção de poder ver de perto seu crescimento full time, pois quando ele nasceu eu já estava reformado da Marinha. Ou seja, existem os "pais ausentes" e eu fui o oposto, fui um "pai presente até em excesso". Conto depois essa minha experiência de ficar com ele em casa desde os 7 meses para que a mãe voltasse a trabalhar - ela não seria feliz ficando em casa, pois trabalhava desde os 15. Essas coisas de mulher independente.
A foto acima, tiramos em abril passado, na páscoa. Moramos ao lado de uma igreja católica e eles estavam representando a paixão de Cristo. Quando vi a procissão passando na rua pela janela, chamei-o para ir ver a representação. Dois meses depois, fiz 60 anos. Ninguém até agora me disse "você tem 60 e um filho de 14?" - Se me perguntarem eu direi: Sim, com muito orgulho.
Bacanaço o seu texto! E obrigado pela citação. Alguns idiotas certamente pensarão que viajar e ter carrões são a melhor coisa, mas estão enganados. A melhor coisa do mundo é ser pai e entregar ao filho um amor impossível de imaginar se você não tiver filhos (e se não for idiota, claro).
ResponderExcluirQuerido Eduardo,
ResponderExcluirLendo sua crônica, sinto uma beleza tranquila nessa história de paternidade tardia. Há algo muito humano e verdadeiro em se apaixonar por um filho em segundos, mesmo quando a expectativa era outra. É como se a vida dissesse: “não se preocupe com planos, apenas viva o que surge”.
Gosto da honestidade com que revela seus medos, suas experiências passadas e a escolha consciente de ser um pai presente. É emocionante perceber que o amor não tem idade, nem regras rígidas só se manifesta, pleno, quando permitimos que aconteça.
E há algo também na forma como valoriza o cotidiano: estar junto, acompanhar cada descoberta, compartilhar pequenos momentos, como a procissão na Páscoa. Isso me lembra que a paternidade
(e qualquer amor verdadeiro) não é feita de grandes gestos, mas da presença constante, do cuidado silencioso que constrói lembranças e confiança.
No fim, o que nos mostra é simples e profundo: o tempo certo do amor é aquele que nos encontra de corpo e coração abertos.
Abraço
Fernanda
Lindo texto e filho ou filhos nos enchem de alegria!
ResponderExcluirQue bom pudeste acompanhar tudo desde bebezinho. Importante esse vinculo!
Adorei ler!
abração praianos, chica
Eduardo, achei fantástica a tua narrativa de pai. Pude constatar que o amor sempre vence e vencerá em todas as suas formas e que você é amarradão no teu filho e, como não? Participaste desde o nascimento, cuidaste dele e neste tempo teu coração foi se enchendo de ternura, de amor, amparo e proteção ao teu menino, como aqueles balões e agora tu sobrevoas tranquilamente, só curtindo numa boa a tua semente, sem sobressaltos Também eu tive a Raïssa, na maturidade e foi com ela que me realizei profundamente como mãe. Hoje ela cuida de mim. Moramos juntas porque a primogênita mora no exterior, o filho em Piracicaba. Raïssa nasceu boneca com os olhos verdes de minha mãe. Ela tem um rostinho miúdo e é linda demais e ninguém acredita que ela tenha 40 anos! Fui!!! Abração! Continue assim, paizão!
ResponderExcluirQue lindo Eduardo. Fiquei muito emocionada com a sua história!!
ResponderExcluirVocê ainda é muito jovem, 60 anos começando a viver e o melhor, pai de um rapaz incrível que você acompanhou desde bebezinho! E como ele cresceu! Já está até de bigodes como você!!
A foto de vocês dois ficou excelente, uma memória para sempre, e ainda tirada em um dia tão especial!! Parabéns!!!
Agora vocês podem fazer tudo juntos e e forem iniciar um esporte , que tal comprar uma bike para cada um e sair por essas estradas e mundão de Deus? Com certeza os laços que já são fortes, ficarão ainda maiores e o melhor, descobrirão um esporte que os tornarão invencíveis, unidos e a saúde baterá um recorde de audiência.
E lembrem-se: vocês ainda estão começando a vida!!!
Grata por compartilhar história de vida, real e de amor e aproveito para desejar um lindo final de semana tá?
Abraços com carinho!! :))))
Boa tardinha de paz, Eduardo!
ResponderExcluirUm filho que é réplica do pai na fisionomia.
Soam semelhanças também no jeito de ser...
Fui mãe pela terceira vez com 34, na ocasião, gravidez de alto risco.
Nunca me arrependi de ter filhos.
Casamento é loteria por isso não jogo, kkk.
Que você continue sendo abençoado no matrimônio e na paternidade!
Muito bonito tudo que escreveu na sinceridade.
Tenha dias felizes com sua família!
Abraços fraternos de paz
Que legal Dudualdo!
ResponderExcluirEu também sou quase igual. Tenho 52 e meu filho 13. Também casei com mais de 30 e quando o samuca nasceu eu tinha 39.
Nós demoramos 5 anos para resolver que já era hora de termos nosso filho. E foi "catapimba!"
Resolvemos hoje, ela parou de tomarr o remédio e rapidão ela ficou grávida.
Hoje somos bons amigos, mas temos algum,as ranhetagens. Essa noca geração tem uns mimimis que eu não gosto.
Mas o Samuca é um bom menino, que as vezes até me surpreende com algumas atitudes positivas.
Acho que se tivesse ele mais cedo, poderia descançar mais cedo. Mas está bom do jeito que está.
Bela postagem homenagem Dudualdo!
O Dudualdinho tá bigodudo!
Bigodudo e pintudo!!!
As meninas que aguardem!!!!