GOSTO DE ASSISTIR ESPORTES NA TV. Tênis e vôlei, principalmente. Futebol só os grandes eventos: Copa do Mundo, Copa Libertadores da América, Champions league. E agora, essa nova Copa do Mundo de Clubes. Nem o mais otimista torcedor de Palmeiras, Flamengo, Botafogo e Fluminense (os clubes brasileiros participantes) esperavam uma participação tão positiva, com os quatro times indo para as oitavas de final. E dois - Palmeiras e Fluminense - nas quartas! Chegar à final é quase utopia, mas futebol é esporte onde nem sempre o mais forte vence no final.
Todo mundo sabe que os clubes europeus são os mais ricos, logo, compram os melhores jogadores. Seus clubes parecem na verdade, seleções nacionais, de tantos estrangeiros! Porém, os times brasileiros estão mostrando nesta copa, como se joga com um time superior: Uma defesa compacta, errar o mínimo possível, e buscar sempre a oportunidade do gol.
Mas na verdade eu queria falar dela, da bola...ou das muitas bolas usadas em todos os esportes com bola. E saiu esse poeminha bobo, infantil, com métrica sofrível até. Mas é a minha homenagem a essa desejada e sofrida personagem.
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A bola, coitada, não tem descanso, não tem paz.
Se é amarelinha e felpuda
Leva raquetadas sem restrição
De um lado pro outro, de um lado pro outro,
Numa tonteira aflição!
A bola, coitada, não tem descanso, não tem paz.
Se é listrada, leve e simpática,
Vive a levar bofetadas por cima de uma rede
A torcida pedindo "ace, ace, ace"
Sempre acabando com a cara no chão!
A bola, coitada, não tem descanso, não tem paz.
Se é de gramado, vinte e dois pés
Estão a chutar-lhe a face
Com o desejo de colocá-la
Dentro de traves e travessão.
Que alegria isso provoca
Todos vibrando com o tal do gol
Mas a bola, coitada, só torce pra que acabe logo a competição!
A Bola, coitada, não tem descanso, não tem paz.
Se é mais pesada e rechonchuda,
Vejam só que piração
Teimam em enfiá-la numa cesta
Sempre a quicar-lhe o lombo no chão!
A Bola, coitada, não tem descanso, não tem paz.
E a bolinha pequena, sólida e branquinha?
Essa vive a levar tacadas em toda direção
A querem sempre dentro de um buraco,
Mas cadê a consideração?
A Bola, coitada, não tem descanso, não tem paz.
E se tem três furinhos,
Metem-lhe os dedos
Libidinosamente
E a arremessam ao encontro
Dos pinos - também estes coitados - como apanham
E nunca os querem de pé!
Inocente nisso, Pinos, saiba
Que a bola é!
A Bola, coitada, não tem descanso, não tem paz.
Se oval é a bola,
Coisa de americano que acha que aquilo
É futebol,
Sofre demais sendo agarrada, lançada,
Disputada e maltratada no touchdown !
Mas por que te queixas, bolinha,
Seja pequena, leve, oval ou gordinha?
Nunca viu o sorriso de uma criança
Quando você chega?
Nunca viu a felicidade delas
Quando estão com você?
A bola respondeu-me: Sim!
A estes me dou com alegria, pequenos ainda são
E me tratam com mais calmaria.
Mas quando crescem, ó dor que me provocam
Viro saco de pancadas em correrias!
Mas ao lembrar do saco de pancadas,
A bola passou a meditar sobre a sua serventia.
Também o saco de areia, coitado, é esmurrado todo dia...
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Adorei tua inspiração e parece todas as bolas foram lembradas! Criativaidade em alta sempre!
ResponderExcluirValeu! abração, chica
Gostei :)
ResponderExcluirPor acaso, só vejo football e só assim também grandes eventos...
Boa tarde
Você me inspirou também, mas como é algo +18, prefiro postar no meu espaço. Bolasteh, as bolas qye estão em mim saudam as bolas que estão em você.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMandou muito bem! (o texto, não as bolas).
ResponderExcluirDudualdo, uma poesia ludica essa.
ResponderExcluirParace um Vinícius de Moraes brincando de bola de gude.
Quanto ao mundial de clubes - como nós estamos carentes!
O Palmeiras não jogou contra ninguém além do Botafogo desse ano, que não lembra nem de longe o do ano passado.
Os outros times que o Palmeiras jogou, certamente aqui no Brasil, cairiam para a segunda divisão.
O Varmengo, em terra que o VAR não lhe favorece, não jogou nada de mais, e tomou um vareio no último jogo. Parecia adulto contra criança.
O Fluminense jogou contar times melhores que o Palmeiras, e até agora é o que fez melhor papel, mesmo sendo o pior elenco de todos o brasileiros.
Triste isso.
Estamos nos orgulhando por nada.
E o pior!!! O meu time ainda é pior do que os que estão lá nesse mundial, o saudoso São Paulo Futebol Clube.
Cada vez mais a música do Ultraje a Rigor, está mais atual!!!!
A gente joga bola e não consegue ganhar!!!
Acho que você está muito crítico, os brasileiros estão surpreendendo a imprensa internacional. Vai ganhar a copa? Não, mas até aqui vejo uma participação digna.
ExcluirEstou gostando Edu
ResponderExcluirE claro que queria que o Brasil estivesse melhor ,mas não fez feio.
Me envolvo um pouco quando é Copa do Mundo e Olimpíadas, que une as nações e o entusiasmo das pessoas vendo o nosso País participando. Sou vascaína por quem o pai torcia., tipo uma homenagem. E essa Copinha de Clubes foi uma boa para esquentar para 2016. E o que dizer da poesia ? adorei , Edu .
Deixo abraços.
Caro Eduardo,
ResponderExcluirDescontraído o seu texto, ou seja, não fugiu à regra. Aqui, salvo melhor juízo, a palavra de ordem é descontração com reflexão. O poema esta excelente. Ilustrado ficaria um texto interessante para educar as crianças. Isto significa que gostei do poema, do ritmo do poema, um poema não é apenas o que se diz, mas o modo como se distribui esse dizer no tempo da leitura. E se o tempo é justo, adequado ao conteúdo, o poema alcança não apenas clareza, mas também beleza.
Valeu, Eduardo!
Um abraço,
valeu, amigo, vindo de um poeta como você, me sinto lisonjeado mas certo que apenas "tento" fazer poesia...rs
Excluirhahahaha, ai que lindo poema, e fui imaginando tudo na mente, parece um filminho, Edu!
ResponderExcluirA crônica acima também está ótima! Enfim, um luxo de postagem, fiquei com saudades quando jogava tênis!
Essa foi boa, saio daqui sorrindo...
Aquele futebol americano é a coisa mais esquisita do mundo!
Eta coisa complicada! Até hoje não entendo aquilo...
Te aplaudo daqui, amigo!
Boa semana! 🥎🏐⚽🏈
Adorei o poema criativo. kkkkk
ResponderExcluirAdorei o poema, bem criativo e divertido. Tambem gosto de acompanhar pela TV os campeonatos. Tenho visto os jogos, mas somente dos nossos times. Tem sido jogos muitos emocionantes. Sou Flamengo, mas estou torcendo para os nossos. Desejo um feliz dia.
ResponderExcluirQue bela tacada, jogada, chutada, etc e tal, encontro aqui, seu Eduardo! Um admirável poema, super criativo, linguagem livre, gostosas de se ler! Estou fascinada com o que lhe anda acontecendo, com sua mudança, seu jeito deixando brechas pro teu coração falar também. Amo demais isso: a liberdade da escrita, apenas; como as nuvens que se mexem daqui pra lá, sem que ninguém as detenha; como as ondas que não querem saber de mais nada, se são altas ou não, plenas, somente. Me comovi em excesso, quando falas das crianças: "A estes me dou com alegria, pequenos ainda são" e vivi momentos assim com um guri autista de 3 anos que vindo a minha casa, fui lhe dando tudo a mostrar, a tocar e ele sorria com os olhos tão brilhantes e tão cheios de amor e juntos parecia-me ter encontrado um amor diferente e passado um tempo, ele voltou para passar o Natal comigo foi quase como um choque para ele diante da primeira árvore de Natal. Tonto de alegria, estendia as mãozinhas para tocar naquelas bolas, brilhantes, coloridas e eu as dava em suas mãos e aqueles olhos sorrindo corriam para fora e ele jogava-as pelo chão e eu com pena, um pouco só, porque de fato eram caras e muito lindas, não me importava! Ele não falava nada ainda, mas seu olhar feliz dizia tudo! Ele está crescendo, já fala algumas palavras e soube que ele desenvolveu uma relação de amor com meu filho e meu filho que completará 50 anos, está desenvolvendo e devolvendo o amor para ele. Fiquei feliz! Gostei imenso de saber que você terá plantas na sua varanda! Bem, parei! Meu abraço e parabéns! Gostei também de você ter comentado no meu post e me chamando de Maria Luiza, pela primeira vez!
ResponderExcluirE me tratam com mais calmaria.
MARIA LUIZA!!! rs
ExcluirQue comentário legal. Eu tenho o grande defeito de não ter temas específicos ou um modo de escrever específico, sou meio caótico quanto a isso, gosto de falar de qualquer coisa usando variações de escrita. Não é forçado, é coisa minha.
E não sabia que chamá-la pelo nome iria te provocar alguma emoção, já que geralmente eu não cito o nome dos blogueiros que gosto de visitar.
Eduardo, que delícia de texto! Você começou nos levando pelo campo tático dos grandes jogos e terminou numa espécie de “balada da bola”, com graça, ritmo e uma ternura que atravessa o riso.
ResponderExcluirAdorei a ideia de dar voz à bola esse ser maltratado e adorado ao mesmo tempo, alma de tantos esportes, protagonista silenciosa de glórias e frustrações. O poema, longe de ser “bobo” como você diz, tem charme e inteligência, com imagens hilárias e verdadeiras
(a do boliche e seus pinos então… impagável!).
E ainda assim, ali no meio do humor, mora uma crítica sutil: crescemos e esquecemos o lúdico, trocamos o carinho do brincar pela gana da competição. Obrigada por me fazer sorrir e pensar.
E vida longa às bolas, coitadas, que mesmo sem descanso, ainda carregam alegrias nos costurados silêncios. Risos…
Abraço,
Fernanda!
Muito legal Edu, li com atenção todo o seu poema com bastante atenção e curiosidade para ver se você lembraria de todas as bolas. E foi dito e feito, você é muito bom!! Caramba!!
ResponderExcluirSabe, eu estou até orgulhosa da participação dos times brasileiros neste novo mundial - Copa do Mundo de Clubes - Eles estão fazendo bonito sim!! O mais legal de tudo isso é ver a torcida unida por um objetivo. E se dois times brasileiros estão nas quartas de final é sinal de que o nosso futebol ainda é bom, basta selecionar um pouco de cada time e colocar na Seleção Brasileira para ver se a gente ainda tem uma chance na Copa do Mundo...kkkkk Eu ainda tenho esperança é a última que morre...rsrs
Abraços uma semana muito legal!!
Kkkkkk....adorei! Se não fosse as bolas o que seria do esporte?Não estou acompanhando o mundial, mas lá no trabalho o pessoal comenta e até ligam a TV da recepção pra dar uma olhada no jogo. Meu pai foi um dos raros homens que conheci que não gostava de futebol, ele dizia que não entendia a graça de ver marmanjos dando coices numa bola. Kkkk...
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