4 ou 5 anos de idade.
Meu pai fardado (ele era da Marinha), saindo para trabalhar e eu segurando o seu quepe. Ele me dizendo, "me dá meu quepe, Eduardo, tô atrasado". E eu, quepe do pai na mão respondendo: "Só vô te dá se você falá 'me dá, meu filho'..." Eu gostava quando meu pai me chamava de " meu filho". Impaciente, falou outra vez: "Eduardo, eu tô atrasado, me dá o quepe". Meu pai parado na porta de casa, minha mãe ao seu lado, e eu afastado alguns metros segurando forte o seu quepe contra o peito. "Só vô dá se falá 'me dá meu filho' ", repeti, firme como uma rocha. Então meu pai vem em minha direção, e diz: "Meu filho, me dá meu quepe!". Sorri satisfeito. Uma alegria imensa. Meu pai não deve ter entendido o que aquele "meu filho" significava para mim. Extremamente profissional, jamais chegara atrasado ao serviço e eu ali, lhe atrasando! Não lembro se ele me deu um beijo (não era muito de beijar os filhos, em compensação, toda hora beijava minha mãe e isso eu achava muito legal). O que eu sei e o que meu cérebro achou importante registrar, foi a satisfação ao ouvi-lo me chamando de "meu filho".
Mesmo neste mundo de tanta informação, devemos sempre tentar manter vivas as nossas melhores memórias.
ResponderExcluirAbraços 🐾 Garfield Tirinhas.
Amém.
ExcluirEduardo, até agora rindo eu estou do seu comentário lá da Chica com seu pó, pó, pó da galinha pintadinha. Que delícia rir! Chica sempre me fazia rir sozinha, pois somos velhas nos nossos blogs! Mas voltando ao normal, que é de certinha, compenetrada (dura pra entender) achei muito linda a sua história de criança com o quepe de seu pai! Ele ainda existe? Eu vi a cena perfeitamente! Eduardo, serei sempre muito agradecida pela sua atenção! Felicidades!
ResponderExcluirPois é Maria, a Chica é a Chica...rs
ExcluirE infelizmente, meu pai não está mais por aqui.
Ah! Achei intensamente interessante seu conhecimento sobre a atuação do nosso cérebro. Li algo que possamos até enganá-los, sabia? O meu .... continua na poda sináptica!
ResponderExcluirOlá, Eduardo!
ResponderExcluirNão há lógica que explique as razões do coração. Me criei ouvindo que "o coração tem razões que a razão não consegue entender". E agora vem você avalizando o que sempre ouvi dos mais velhos.
Nossas memórias são mesmo seletivas. Tem coisas que a gente gostaria de lembrar, até para enfeitar uma conversa, mas não adianta nem fritar os miolos, essas memórias literalmente sumiram da nossa cabeça. E outras estão aí, pipocando, loucas para brilharem novamente. Essa história do quepe é uma delas, uma razão do coração, que veio à tona nesse texto por causa das duas palavras que, certamente, ditas na voz de seu pai, significaram muito para você. O quepe foi o pano de fundo pra essas memórias aflorarem.
Parabéns pela crônica, muito bem escrita, leve e fluída... e muitos vivas pela coragem de "exigir" de seu pai as duas palavras que (a meu ver) eram aconchegos para o seu coração: "meu filho".
Um abraço, Marli.
Boa semana, Eduardo
ResponderExcluirMemórias que o coração guardou.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
A diferença do habitual também deixa as suas marcas...
ResponderExcluirBela crónica, gostei de ler.
Boa semana.
Um abraço.
Infelizmente teu pai não está mais aqui, mas bem vivinho no teu coração, de quepe e tudo!!! Lindo ! abração, ótima semana, chica
ResponderExcluirOlá, Edu,
ResponderExcluirBelo e sentido texto aqui nos trazes.
As boas memórias nunca se esquecem.
Gostei de ler.
Abraço e boa semana!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Uma bonita lembrança, carregada de sentimentos!
ResponderExcluirBjxxx,
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Olá, Eduardo!
ResponderExcluirMeu pai, nordestino vivendo desde jovem no RJ, semore me pedia um cheirinho e o coco para dar um cascudinho a ver se estava maduro...
É inesquecível!
Por outro lado, tenho u.a história de querer também inesquecível: meu filho, na época do CPOR, quase teve um ataque porque eu me sentei em seu querer sem querer...
Seu pai era intransigente no chegar em tempo e é tipico dos militares. O meu também era e ficou furioso porqye tinha tudo impecável da farda... e eu o amassei.
Ainda bem que lhe disse logo: desculpe-me, meu filho...
Funciona como dar beijinhos quando a criancinha cai e logo passa.
A afetividade é tudo.
Seu pai também lhe ensinou a ser um cavalheiro ao beijar sua mãe na saída ao dever.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos de paz ✌
Olha que você ia deixar seu filho sem quepe...rs
ExcluirQue bela relação você possui com seu pai. É ótimo ver esses relacionamentos amorosos assim. Dá gosto de ver.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Uma lembrança maravilhosa e cheia de ternura.
ResponderExcluirEssas lembranças são preciosas. Eu tenho uma que foi eternizada numa foto: meu pai chegando em casa na rural (carro) dele, entrou na garagem de casa e eu corri pra dar um abraço, como eu era pequena ele se abaixou e me levantou, foi aí que tiraram a foto. Tenho ela até hoje. Beijos e boa semana! (o゚v゚)ノ
inesquecível!
ExcluirContinue a registrar suas lembranças e, quem sabe, talvez até as reúna um dia em um livro, para que seu filho possa ler e entender de onde veio. Um dia, há muito tempo (eu era mais inteligente que hoje), tive a percepção de que as pessoas comuns, aquelas que nunca serão famosas, que nunca se distinguiram em nada, que nunca foram protagonistas de grandes momentos históricos, aquelas anônimas que representam mais de 99% da população mundial e que nunca serão lembradas em livros de história, não terão bustos em praça pública nem discos gravados ou filmes guardados em cinematecas só permanecerão “vivas” enquanto existir alguém que ainda guarde seus retratos, saiba como se chamavam e se lembre de seus casos. Quando nada mais disso acontecer elas desaparecerão definitivamente, virando apenas “poeira de estrelas”. O jornalista Diogo Schelp definiu bem eese pensamento quando disse que “Qualquer vida, se tem o narrador certo, merece um livro ou, pelo menos, um capítulo”. Por isso, quando escrevi as lembranças de meus familiares e amigos talvez não tenha sido o narrador certo, apenas o único. Manda ver!
ResponderExcluiré por aí mesmo, Jotabê. Mas as histórias de anônimos são tão interessantes quanto a de famosos. Todo mundo tem uma vida cheia de histórias boas para contar. Eu tô aqui contando as minhas.
ExcluirMas bah, terminei de ler teu texto sorrindo!
ResponderExcluirTambém tenho muitas passagens com meu pai, nos sábados era dia de eu e ele irmos às livrarias, comprava os livros dele e eu escolhia os meus! Todos os sábados, depois íamos comer um sorvete. E com minha mãe era durante a semana ia com ela fazer compras, roupas etc. Tenho tantas recordações!
Quando eu era amazona ( hipismo) era o meu maior incentivador, torcia feito louco nas competições de salto. Eu tive um pai muito amigo. Saudades enormes.
Belíssima postagem, Edu.
Boa semana.
Que memória mais terna e cheia de significado… É incrível como pequenas palavras podem marcar tanto uma criança — e permanecer guardadas por toda uma vida. O amor se revela nos detalhes.
ResponderExcluirCom carinho,
Daniela Silva
Visita o meu cantinho no blog – partilho favoritos, reviews sinceras e inspiração diária!
Olá!
ResponderExcluirSempre bom as memórias, principalmente dos pais.
O seu cérebro e seu coração trabalharam bem.
Boa semana.
Oi Edu
ResponderExcluirGostei do texto elucidativo e saber que algumas lembranças são descartadas ajuda bastante . Eu e meu pai tínhamos embates que se desfaziam ou não. Penso ser por não ter presenciado beijos na mãe. Tenho várias lembranças dele ,a mais comum era _engole o choro,filha, rs Tenho saudades. Era quase um carinho, do jeito dele. Esse amor parental é eterno. Um ótimo texto, Edu.
Meu abraço.
hahhh o "engole o choro" é um clássico...
ExcluirOi Eduardo! Obrigada pela informação sobre as lembranças, isso fez muito sentido pra mim. Me emocionei com seu relato, eu sou uma fã de memórias e histórias cheias de afeto! Meu avô também foi militar e odiava quando "coisas incomuns" aconteciam na rotina, pq poderiam ou não atrasar qualquer coisa no planejamento diário dele. Já fazem 15 anos que meu avô faleceu. Li nos comentários que seu pai também faleceu, venho deixar escrito meus sentimentos que cheguem aí em forma de afeto, à sua família!
ResponderExcluirhttps://jusreads.blogspot.com/ ♡
Que bonita recordação, muito, muito gira! :)
ResponderExcluirE fofinha.
Boa semana
Cláudia - eutambemtenhoumblog
É lindo ler o seu texto sobre a relação que cultivou com o seu pai Eduardo. Fiquei emocionada! É tudo muito nostálgico, belo e vivo!
ResponderExcluirAinda mais eu que, atualmente, em meio a esse turbilhão de emoções e sentimentos de estar sempre com o meu pai no hospital, me fez pensar que, em um mês e pouco, foram os momentos em que mais estive próxima dele. No início na UT, ele não interagia, mas mas para a metade do mês ele começou bem pouco a conversar e então, lembrávamos dos tempos da minha infância em que ele ( professor) saia para trabalhar de paletó em meio ao frio de Santa Teresa ( que é uma cidade montanhosa bem acima do nível do mar).
Suas lembranças são de ouro amigo, mantenha-as sempre vivas em sua memória!
Obrigada por esse texto tão belo!!
Abraços e uma ótima continuação de semana!! :))))
Muito linda esta recordação caro amigo.
ResponderExcluirMemorias que temos para preservar, estas que nos acalentam, que nos enlevam. Dá o quepe do pai menino, como um bom filho do pai.
Um abração e que a semana flua bela para você.
Uma doce e terna recordação.
ResponderExcluirComo é bom recordar momentos especiais, especialmente da infância.
Abraços
Bonito relato, Emilia.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirEu adorei suas memorias com seu pai. Tambem pude lembrar de vários momentos com eu pai e meus irmãos. Alias um dos meus irmãos que era mais chegado a mim tinha o seu nome, e eu o chamava carinhosamente de Edu. Ele já esta no plano espiritual, mas com certeza deixou muitas saudades e historias que hoje me fazem sorrir.
feliz dia.
Eduardo, que beleza de partilha essa tua. Começa com ciência, termina com ternura e o caminho entre uma coisa e outra é puro encantamento da memória afetiva. Fiquei pensando que o cérebro, com toda sua lógica de sobrevivência, às vezes se curva diante da alma. Porque há lembranças que resistem não só por serem marcantes, mas porque tocam o que temos de mais essencial: o desejo de ser visto, chamado, acolhido como quem é filho, no teu caso, com tudo o que essa palavra carrega.
ResponderExcluirEssa cena do quepe, que poderia ser apenas um detalhe corriqueiro da infância, se transforma em símbolo. O menino que segura o objeto do pai como quem segura o próprio laço. O pai apressado, talvez sem entender a negociação amorosa embutida ali. E você, menino-forte, firme como rocha, segurando mais do que um chapéu segurando um chamado de afeto. A memória captou com precisão quase fotográfica o instante em que o pai diz “meu filho”. Esse é o ponto. É isso que fica, que gruda, que volta de tempos em tempos como quem acende uma luz em nós. Pode ter faltado o beijo mas não faltou o gesto que seu coração reconheceu como essencial. E é isso que o cérebro, sábio e misterioso, resolveu guardar. Obrigada por nos lembrar, com tanta delicadeza, que somos feitos dessas pequenas grandes cenas das palavras que esperamos ouvir, dos nomes com os quais sonhamos ser chamados. E que, por trás de cada memória guardada, mora uma história de amor querendo permanecer.
Com carinho e admiração,
Fernanda !
Oi, Eduardo! São memoráveis e preciosas as recordações que você guarda de seu pai. Ao fim e ao cabo, são as memórias afetuosas que realmente prevalecem e se tornam o que de mais significativo se conserva quando um ente querido parte. Abraço!
ResponderExcluirOlá grande Eduardo!
ResponderExcluirEstou a ficar super fã das suas crônicas! Uma maravilha!
Adorei a introdução que fez, explicando como funciona a memória. E depois... essa história com o quepe do seu pai... enfim! Que memória maravilhosa! Ainda bem que não apagou 😁
Abraços! 🤗
Olá, Eduardo
ResponderExcluirGostei muito do seu texto.
As recordações da infância marcam a nossa vida.
Abraço
Olinda
Amigão, voltei aqui para ver se tinha lasanha... Não tem! rsrsrsrs
ResponderExcluirSPOILER ALERT! 😺
Nova tirinha publicada.
Abraços 🐾 Garfield Tirinhas.
Olá, amigo Edu, meus parabéns por essa bela crônica, que fala carinhosamente de seu relacionamento com seu pai. O quepe
ResponderExcluirparece ser uma lembrança que não se apaga.
Gostei muito.
Um bom final de semana,
um abraço
Giusto ricordare sono le cose belle ma quelle brutte premono di più e si fanno posto
ResponderExcluirOlá, Edu,
ResponderExcluirPassando por aqui, para desejar um bom fim de semana.
Abraço fraterno
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Que bonita lembrança e que ótima crônica.
ResponderExcluirQue bonita memória, que me comoveu até às lágrimas.
ResponderExcluirLembrei de meu amado pai. Ele também era da Marinha.
Deixo votos de bom fim-de-semana.
:)
Oi Edu, viajei na sua lembrança e consegui visualizar a cena direitinho. A memória é assim mesmo, não é? Eu vivo lutando para me lembrar de coisas da infância que eu tenho certeza que aconteceram, mas o cérebro não coopera. E são até marcantes. Do meu 1º ao meu 12º aniversário tenho certeza que houve comemoração com bolo aqui em casa, o tradicional dos anos 90, tem foto inclusive, mas eu só lembro de umas 4 dessas 12 festas..hahaha.. tenho vontade de juntar as fotos para ver se refresco a memória.
ResponderExcluirAté breve;
Helaina (Escritora || Blogueira)
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https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)