O artista de rua é um sobrevivente.
Vai onde tem povo.
Se alguém para e contempla sua arte, já se sente feliz.
Como todo artista,
Quer o aplauso,
A admiração,
O sustento;
Mas ele não tem palco no Teatro Municipal.
O palco dele é a rua.
Qualquer rua onde haja povo.
E fala,
E canta,
E faz mágica,
E se equilibra em corda bamba.
Pinta quadros,
Toca flauta,
Toca blue,
Toca jazz,
Toca samba.
Faz pirotecnia,
Declama.
É um sobrevivente.
É um artista.
De rua. Qualquer rua
Que tenha povo.
Foi assim,
Milton já cantou que era assim.
18 de maio de 2012
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Achei esse poeminha que escrevi em 2012 em um blog meu que eu nem sabia que ainda estava no ar, pois para mim já estaria morto como outros que já criei. Mas depois eu conto essa história.
Gostei do poema e do tema...São tantos os artistas de rua que se viram nos trinta para sobreviver! Gosto deles! abraços, chica
ResponderExcluirAcredito que os maiores problemas que os artistas de rua enfrentam são a vida corrida que a maioria das pessoas leva, tornando impossível a apreciação real do que é apresentado. Por isso um palco ou picadeiro são importantes. O outro ponto é a grana, pois o sustento é necessário. Hoje, com o pix, muita gente abandonou o papel moeda e, principalmente, as moedas.Por isso acho triste ver artistas de rua (especialmente nos semáforos) pedindo o que acaba por ser uma esmola. E o Milton cantou que não importava "se quem pagou quis ouvir". OK, mas alguém pagava, não dava esmola.
ResponderExcluirOlá, Eduardo.
ResponderExcluirConcordo com Jotabê, especialmente na parte em que as moedas vão desaparecendo, assim, mesmo gostando da arte do artista de rua, não há como pagar. Há também outro aspecto: a vida corrida, então se for perto de uma estação de autocarro ou metro, esqueça. Quase ninguém pára.
O artista de rua é mesmo um sobrevivente.
Abraço
Olinda
Dudualdo, meu amigo!
ResponderExcluirCara, eu gosto muito de artistas de rua.
Uma vez na rodoviária de Ribeirão Preto, tinha uma banda tocando na calçada, um bateirista, um no contra baixo, um na guitarra e uma cantora. Todos negros. Tocando blues e soul. Cara! Eu nunca vi nada melhor ao vivo.
Eles mandaram muito bem.
Muito, assim, de proporções intergaláticas de bom.
Eu quase perdi o ônibus.
Nunca mais os vi em lugar nehum.
Outra vez, aqui em Barretos, eu vi uma bandinha dessas de charleston, que tocam banjo, washboard, vilão, gaita e alguns instrumentos de sopro.
Cara... eles também marcaram a minha vida. Tanto, que eu vivo assistindo no youtube essas bandas.
Foi tipo um divisor de àguas no meu gosto musical.
É... Dudualdo. Tem gente boa anônima por aí...
E tem gente medíocre fazendo sucesso... Vai entender, né?
Eduardo, que achado precioso esse seu “poeminha” que de “inho” não tem nada, porque carrega o peso e a beleza de tantas vidas que passam (ou param) diante da arte.
ResponderExcluirVocê deu voz ao artista que resiste no improviso, que transforma calçada em um verdadeiro palco e silêncio em aplauso interior.
O artista de rua é, de fato, a arte em sua forma mais desprotegida e, por isso mesmo, mais verdadeira.
Ele não tem holofotes, mas tem alma. Não tem plateia cativa, mas tem coragem de se oferecer ao mundo.
E que sorte esse blog não ter morrido 🙏🏻 porque nele ainda pulsa um coração atento às belezas que muitos ignoram.
Obrigada por partilhar essa memória viva. Fico aqui, na calçada das suas palavras, aplaudindo com o coração.
Com carinho,
Fernanda 🙏🏻😘
Eduardo, na minha cidade, ou melhor no meu Bairro, não encontro Artistas de Rua, mas encontro aqueles homens sujos, dando uns "pinotes", na frente dos carros. Não são artistas de ruas. São desocupados querendo $$ para droga.
ResponderExcluirNão dou e tenho medo.
Nas raras vezes que encontrei artistas de verdade, gratifico sim.
Abraço, Liliane
O comentário aí de cima saiu como anônimo. Desculpe. Sou eu. Abraço,
ResponderExcluirOi, Edu, olha, já vi muito gente boa tocando, cantando na rua.
ResponderExcluirAqui em Porto Alegre temos muitos parques, O parque da Redenção, Parque Moinhos de Vento, Parque Marinha do Brasil,
Parque Germânia... muitos outros, e aos sábados e domingos o pessoal, artistas de Rua tomam conta e fica um negócio muito lindo. Animadíssimo. E são bons!
Ótima essa tua postagem! Gostei muito.
Um feliz Fim de Semana!
Oi Edu, onde moro atualmente, quase não vejo artista de rua. No Rio também não_ temos o grande Eduardo Kobra que pintou as 'Etnias' , na zona portuária do Rio , um show de beleza.!,
ResponderExcluirEm Genebra estão sempre nas calçadas e dentro dos transportes urbanos tocando seus instrumentos, não vejo ninguém ajudando não. Os que tocam nas calcadas sim vejo muita gente dando uns trocados .Talvez no fim do dia dê para um cafezinho.rs Não sei como sobrevivem ,são emigrantes, e cantam em espanhol ... geralmente. Confesso que não gosto muito dos grafiteiros que desenham com cores muito fortes e nem sempre tem sentido, é Arte Edu , tem alguns bons. lmpossível é ter dinheiro na bolsa, não andamos mais com dinheiro em espécie. Gostei do seus versinhos, Leva jeito também para poesia. Um abraço.