Clube de Detetives Pão de Queijo

segunda-feira, 22 de abril de 2024

OLHA A COBRA!

 



Desde pequeno tenho uma relação não desejada com cobras. A primeira que me deixou abalado foi a "serpente do paraíso" quando eu lia o Gênesis aos 11 anos de idade. Estava tudo tão perfeito lá no jardim que Deus tinha plantado mas...tinha que ter um serpente astuta pra (piiiiiiii) f*der com tudo. 

Morávamos em Angra dos Reis(RJ) no início dos anos 70. Uma casa grande mas velha que quando chovia a cozinha virava uma piscina. Meu pai, tadinho, tantas vezes subiu no telhado pra consertar as telhas  mas as goteiras sempre voltavam. Era começar a chover e lá ia minha mãe espalhar panelas pelo chão.  

O bom era que meu quintal dava para uma grande floresta. Era  sair pelos fundos da casa, subir por espécie de porão e chegar no meio da mata. Brinquei muito de Tarzan...Meu pai, que gostava de caçar, tinha na floresta um lugar perfeito. Estava sempre se embrenhando pela mata nas madrugadas junto com o vizinho também caçador. Tanto que quando criança eu comi coisas que as crianças de hoje nem sabe o que são: Tatu, paca, lagarto, gavião, gambá...é, gambá era prato especial lá em casa quando meu pai trazia um. Aliás, certo dia ele matou uma gambá que estava pra parir. Foi meio traumático ver os gambazinhos mortos.

Mas deixa eu voltar para o eixo: cobras. Por morar à beira de uma floresta, cobras eram bichos corriqueiros lá em casa. Muitas desciam do morro e iam passear lá em casa. 

Uma noite quente de verão, estávamos eu, minha mãe e meus dois irmãos em casa jantando. Meu pai, que era militar, estava trabalhando nesse dia (aliás, meu pai sim tem um histórico com cobras nível hard, depois eu conto).

Alguém deixou cair suco na mesa e minha mãe pediu: "Eduardo, pega aquele pano que está em cima da prateleira no armário".  Era um armário de parede e eu, pequeno, tinha que subir em uma cadeira para alcançar o tal pano. Fiz como minha mãe pediu. Mesmo em cima da cadeira, precisei esticar o pescoço para ver o pano e meti a mão pra pegá-lo.

Toquei uma coisa macia e esticando o pescoço, vi não o pano...mas uma cobra toda enrolada no cantinho do armário.

O susto me fez dar um pinote da cadeira e já cai no chão meio pálido e gritando: "Mãe, é uma cobra, uma cobra, não é pano não!!!!" 

Minha mãe, que era um poço de nervoso me olhou incrédula. "Menino, o que foi isso"? "Tô falando, mãe, é uma cobra!!"

Ainda sem acreditar, ela foi chegando devagarinho perto do armário para olhar melhor. Aí a bichinha levantou a cabeça e disse: "Achô, sou eu mesmo...."

Mamãe deu um gritinho "Ai, meu Deus, é uma cobra mesmo, e agora...?"

Bem, o que se seguiu foi um pandemônio que eu escrevo na próxima crônica. 



6 comentários:

  1. Afffff...Tenho PAVOR de cobras, aranhas e baratas... E só de pensar em ver uma já fico mal...Noooooooooossa! Vamos ver o que vem! abraços, chica, imaginando o pandemonio!

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  2. Menino! Que medo, viu. Mas é sempre bom saber mais sobre o que a natureza nos brinda. Bju

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  3. rsssss, que horror, eu morreria!
    Também tenho problemas com aranhas e baratas, igual a Chica aí em cima!
    Mas essa sua história está muito bem contada, e até o final nos mantêm cheia de curiosidade!
    Excelente, gostei muito!
    Um ótimo domingo!
    Abraços.

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  4. Olá, Edu, gostei muito da sua crônica sobre a presença da
    cobra no canto do armário. Uma crônica muito interessante e muito bem escrita.
    Parabéns! Agora vou ler o segundo capítulo da crônica.
    Abraços.

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  5. Edu!
    Nem digo que tenho pavor, mas
    tenho.
    E vou seguindo seu
    maravilhoso enredo.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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