Clube de Detetives Pão de Queijo

domingo, 28 de abril de 2024

Olha a Cobra! parte 2






Chegou aqui e se deparou com essa coisa de cobra parte 2? Então leia a primeira parte logo abaixo desta e vamos ao causo.


...Mamãe deu um gritinho "Ai, meu Deus, é uma cobra mesmo, e agora...?"


E agora reinava na cozinha aquele clima de terror. Papai não estava em casa pra matar a cobra porque matar cobra era com ele mesmo (depois conto mais sobre isso). Com o burburinho a bicha deu uma mexida, levantou a cabeça e deu uma olhada ao redor... Mais interjeições de medo da minha mãe, minha e dos meus irmãos menores. "Ela tá se mexendo, ela tá se mexendo...!!!" Naquela hora dei graças a Deus por cobra não voar...

Minha mãe fez a coisa mais óbvia: Foi chamar seu Zezinho, vizinho e companheiro de caçada do meu pai. Bateu à sua porta, Zezinho veio ver. "Seu Zezinho tem uma cobra no armário da minha cozinha, pode ir lá vê por favor", pediu aflita. Prontamente Zezinho vestiu uma camisa e veio ao nosso socorro.

"Ela está numa posição bem ruim", ponderou Zezinho ao analisar o cenário do problema. "Vai ser difícil matar sozinho, vou precisar de ajuda. Vou chamar Juvenal". Saiu e voltou não só com Juvenal, nosso outro vizinho mas com mais três homens que ouviram o caso e quiseram também ajudar.

Agora o cenário era esse: A cobra lá enrolada no armário; minha mãe, eu e meus irmãos bem afastados e cinco homens confabulando o melhor jeito de matar a bicha. Sim, naqueles tempos não tinha isso de "chamar o IBAMA nem bombeiros". O plano foi exposto por Zezinho: "Vamos pegar dois paus grandes. Um prende a cobra com um pau e o outro esmaga a cabeça dela com o outro". O plano foi aceito. Não foi difícil encontrar no nosso quintal dois paus grandes.

Juvenal com um pau, Zezinho com o outro. Os outros três ficariam na "comissão de apoio".

Lentamente os dois se aproximaram do armário. A bicha lá com a cabeça levantada querendo compreender  o que estava rolando...Agradeci de novo a Deus de não ter dado asas a cobras... Não sei como, Juvenal conseguiu prender a cobra com o pau no fundo do armário. A bicha se revoltou com aquela agressão gratuita e começou a se mexer freneticamente. "Segura, Juvenal, segura firme, não larga, não larga!" gritou Zezinho que na mesma hora começou a espetar o pau na cabeça da bicha. 

Foi uma batalha épica na visão do Eduardo menino. Ao final de não sei quanto tempo, enfim, a cobra estava morta; certamente morreu não entendendo aquela  falta de hospitalidade...Eu cá, idólatra que era do meu pai, falei para os vizinhos: "Se meu pai tivesse aqui tinha matado a cobra mais rápido..." os homens riram e minha mão me deu um beslicão pela minha falta de reconhecimento do trabalho dos vizinhos.

Cobra morta, cobra tirada do armário, cobra levada não sei pra onde. E aí Zezinho vem com uma informação que voltou a deixar todo mundo tenso: "Vizinha, toma cuidado. Esse tipo de cobra sempre anda em duas, a companheira dela deve estar por aí". Pronto, minha mãe quase teve outro colapso. Junto com Zezinho e os outros vizinhos, foram revistar cada cantinho da casa para certificar que a outra cobra não estaria por lá. Depois de muito procura, Zezinho deu o ultimato: "fique tranquilo, dona Valda, aqui dentro ela não está mas amanhã quando Diogo chegar certamente deve procurar pelo quintal...".

Dormir naquela noite foi tenso. Acho que sonhei com cobras voadoras...E a outra cobra? Bom, esse vai ser um causo para outro dia, como eu disse, minha família tem uma relação tensa com cobras.

6 comentários:

  1. Li essa sua ótima crônica rindo, está cômica! Mais uma cobra por perto? Tipo barata, onde tem uma, tem outra... eu que o diga. Imaginei-me na cena, pra mim seria um caos, teria um troço qualquer. Já estive com uma cobra , cara a cara, a experiência foi terrível.
    Na verdade, não gosto de nada que rasteje...rss ou se esconda, tipo barata. Fico em pânico.
    Adorei.
    Abraço.

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  2. rsssssssssss...Muito bom te ler e quem não teria uma relação tensa com essas danadas? AFFF! abração, chica

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  3. Que bom que a bicha se enrolou, em lugar que pensava ser seguro, e se deu mal...rs
    Fujo de ratos, baratas e cobras...credo!
    Gostei de ler a sua crônica, Eduardo.
    Grande abraço
    Verena

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  4. Olá, Eduardo
    Obrigada pela gentil visita aos meus blogs.
    Grande abraço
    Verena

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  5. Estou de volta, Edu, para ler o segundo capítulo sobre a cobra.
    Pois é, o bom cronista, que é seu caso, sabe prende o leitor,
    mesmo com a economia de palavras como fazem os bons cronistas,
    que não aceitam a escrita prolixa.
    A história final da cobra está excelente, a cobra não resistiu ao batalhão que foi em cima dela.
    Parabéns, gostei muito de ler.
    Abraços e um bom fim de semana.

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  6. Eu,
    Relação tensa é brincadeira!
    Primeiro fiquei arrepiada, depois
    comecei a ri porque é
    uma experiência sem precedente!
    Cobras? Tô fora, como diz
    minha neta e 7 anos.
    Mas no seu texto ficou
    fantástico.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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