Clube de Detetives Pão de Queijo

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

SEROTONINA DOPAMINA OXITOCINA! (ou PRIMEIRO AMOR)

 



O primeiro amor a gente nunca esquece, diz o dito popular. É um tal de  "Não come e nem estuda, não dorme e nem quer nada" cantava Gonzaga. Estar apaixonado pela primeira vez  é resultado de uma explosão  química provocada pelo cérebro que mistura hormônios como serotonina, dopamina e oxicitocina, que estão relacionados a recompensa, felicidade e conexão. 

Qual razão tem a menina mais inteligente e comportada da turma se apaixonar perdidamente pelo menino mais bagunceiro, problemático e colecionador de notas zeros? Nenhuma. O primeiro amor é como uma praga, daí o dito "o amor é cego" ou o dito filosófico de Blaise Pascal "que o coração tem razões que a própria razão desconhece"

Primeiro amor é como tatuagem, te marca pra sempre. Estamos neurologicamente programados para lembrá-lo, o que nem sempre é uma experiência agradável se o amor não foi correspondido. Como disse Woddy Allen, "só há um  tipo de amor que dura, o não correspondido". Olha que desgraça! Pelo menos  tatuagem dá-se um jeito quando você tatua "Jéssica amor eterno" no seu braço e tu pega a Jéssica na cama com teu melhor amigo. 

A ciência está certa,  lembro perfeitamente do meu primeiro amor que foram três...É,  na minha memória afetiva infanto-juvenil constam pelo menos três grandes primeiros amores: Rita, Ângela e Denise. Tipo a Trindade Divina, sabe? Elas estão misturadas no registro da sopa química serotonina dopamina oxitocina! que não consigo lembrar qual foi a primeira primeira primeiro amor mesmo! 

 Rita era (é) minha prima. Devia ter uns 10 anos.  Ângela, minha vizinha de uns17 anos. Denise, minha professora da segunda série, devia ter uns 25.  

Rita foi meu primeiro amor  comprometido eu queria casamento! Podem perguntar a Rita se eu com carinha de contentamento e firmeza de um Don Juan, lá pelos 5 anos, não vivia repetindo "vou me casar com Ritinha". Ela sorria docemente e afagava meus cabelos. Disparo total de serotonina dopamina  oxicitocina! 

Ângela foi o meu primeiro amor  libidinoso. Suas  longas pernas de tons dourados pouco contidas numa recatada minissaia muito comum nos anos 70 me faziam sentir uma coisa esquisita. Hoje eu sei que era banho de serotonina dopamina  oxicitocina! 

Ângela era nossa vizinha em Angra dos Reis, muito amiga da minha mãe que passou umas semanas me levando e trazendo da escola. Eu devia chegar a altura das suas coxas. Difícil era olhar em frente...Não me julguem, era uma atração que eu não podia evitar. Quando Ângela deixou de me acompanhar eu fiquei órfão das pernas dela. 

Denise foi meu primeiro amor maduro. Era minha professora. Era de uma brancura Branca de Neve, cabelos claros e olhos azuis e tinha um amor e paciência para ensinar que eram cativantes para mim, não tinha como não se apaixonar! Uma prova viva que ela também me amava eu tive quando ela foi lá em casa pedindo que minha mãe me deixasse ir a sua casa refazer minha prova de matemática com nota abaixo da média. Teria prova de amor maior que aquela?  

Pelo que me lembro mas a memória sempre nos trai, minha nota não aumentou muito nem sei se chegou à média exigida, só sei que aquelas horas sentado na mesa da sala de Denise foram um dos momentos mais sublimes da minha infância. Só não pedi também Denise em casamento porque, lança cruel do destino, ela já era casada.


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