Clube de Detetives Pão de Queijo

domingo, 4 de agosto de 2024

NO SEU FRANCISCO TEM!




NÃO ERA POR SIMPLES mal-criação. Aliás, eu considero que fui "bem criado". É, mais ou menos...sempre tem uns menos, não é? Quem nunca teve conflito com os pais na adolescência não virou adulto. Aliás, estou passando tal situação agora com meu filho de 13 mas levanto as mãos para o céu porque até aqui, ele tem se mostrado um filho excelente, muito "bem-criado"...Mas o caso aqui é de outros tempos de outrora pretéritos do que já foi e não é mais. Olha que frase carregada de prosódia poética! Às vezes me espanto com minha criatividade linguística!

COMO EU DIZIA, eram tempos bons da infância. E eu não fazia por maldade. Não sei porquê fazia, só fazia. Acho que eu gostava de ir no armazém do Seu Francisco. Você certamente frequentou um lugar como esse na infância, a não ser que você tenha menos de trinta anos. Eram as famosas "Vendinhas". Lojas antigas que vendiam de (quase) tudo, quase igual à Feira de Caruaru de Gonzaga, pois lá se vendia de "tudo o que há no mundo".

 ELAS AINDA existem aqui e ali. Principalmente em cidades de interior onde as tradições demoram mais a mudar. O armazém do Seu Francisco ficava na esquina da rua onde morávamos. Ali, bem pertinho, era um argumento que usava para quando eu fazia aquilo...

NÃO VOU LEMBRAR mas acho que gostei de ter uma chupeta na boca até os 5 anos. Tá rindo porquê, tu também chupou chupeta que eu sei! A não ser que tenha chupado o dedo. Tem criança que já nasce naturalista e dispensa o artefato de plástico, borracha (ou sei lá qual era/é o material de que é feito) e se satisfaz com o polegar. Nada mais natural do que isso.

TALVEZ EU já estivesse cansado da chupeta. Então eu a pegava e lascava a mordê-la, esticá-la, torcê-la, despedaçá-la. Fiz isso várias vezes, segundo mãe me contava. Olhava então satisfeito para a chupeta destruída e ia até ela com a cara mais inocente do mundo: "Olha mãe, quebrou...". "Eduardo, você rasgou de novo sua chupeta? E agora? "Ah, mãe, no Seu Francisco tem..."


* * * * * * * * * ############


E JÁ QUE FALEI EM GONZAGA,

SEMPRE BOM RELEMBRAR ESSA SUCESSO

DO REI DO BIÃO: A FEIRA DE CARUARU






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Foto publicada Gauchazh.clicrbs

18 comentários:

  1. rsssssss;;;Pelo visto eras bem danadinho,heim?
    No armazém do Seu Francisco tinha de tuuuuuuuuuudo!
    E lembrei das chupetas pirulito>Eram deliciosas, bem melhor que a de borracha,rs... abração,chica

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  2. Rapaz, alguns nunca largam a chupeta, só mudam de modelo. No meu tempo, onde eu morava, tinha o bar do Sô Gusto, que era exatamente assim. Meu pai tinha conta lá. Uma vez fiz a traquinagem de falar pro Só Gusto que pai tinha pedido pra marcar um caderno espiral de 100 páginas na conta dele (mentira, eu que ficava namorando o caderno faz tempo, pois eu rabiscada e desenhava). Só Gusto, lógico, confiou no menino de 5 ou 6 anos e lascou o preço alto do caderno na conta do meu pai. Claro que naquela época os pais castigavam os filhos pra nunca mais. Hoje não é nais aceito esse procedimento, mas funcionava. Ahahahah.

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  3. Você não mora mais no Rio? Desculpe a pergunta.

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  4. Todos nós de uma maneira geral, tivemos cenas parecidas com as aqui descreves. Sabe sempre bem de vez enquando visitar o baú das memórias.
    Gostei de ler.

    Votos de feliz semana, com tudo de bom.
    Abraço amigo.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  5. Oi, Edu.
    Armazém eu não sei, mas barraquinha de doces, sim.
    Numa época da minha vida escolar, no início da minha adolescência, havia um senhor que vendia doces na barraca dele, junto com outros senhores nas suas respectivas barracas, num ponto específico onde as crianças, estudantes, pegavam o ônibus para a escola, e o chamávamos de 'Seu Chico', que, claro, devia ser 'Seu Francisco'.
    Sobre a chupeta, eu sou do grupo de pessoas que não fizeram uso do objeto, mas usavam o dedo. Eu chupava o esquerdo, que já devia estar apontando para o meu canhotismo, pois sou canhota de escrita. Outras coisas eu consigo e faço com a mão direita, como escovar os dentes, pegar numa colher para comer, cortar pizza, carne e etc. Chupei dedo até os meus 10 anos.
    Muito bom post. Gostei. Bem-humorado como sempre. 😂🎈
    Boa semana! 💌💐

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    1. oi, Rose, geralmente quem chupo o dedo fica com o hábito por mais tempo de quem chupa chupeta.

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  6. Primeiro, o mico: chupei "bico" (era assim que se falava na casa de minha avó, onde morava) até os sete anos. Minha irmã chupou até os oito. E agora o armazém: existiu perto de minha casa um comércio deste tipo, até há pouco tempo ("pouco" para mim é um intervalo de 10 a 20 anos). Ficava aberto de segunda a segunda, de sete da manhã até às nove, dez da noite. Dois irmãos se alternavam nessa ralação. E tinha de tudo. Você poderia comprar artigos de carnaval em junho, chapéu de palha e enfeites de festa junina em dezembro. Alguns frequentadores bebiam cerveja em pé, no balcão. Em um domingo à tarde o irmão mais novo reagiu a um assalto e foi assassinado. A partir daí o horário de funcionamento foi reduzido , o mesmo acontecendo com os produtos ali vendidos.

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    1. Esses arnazéns eram o centro comercial de muitos bairros pequenos. Pena que nesse seu relato o fim foi trágico.

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    2. Hoje quem é dono da birosca é o irmão mais novo, mas o que mais vende é queijo, cerveja e tira-gosto para o pessoal que gosta de tomar em pé (refiro-me à cerveja, OK?). Hoje você consegue entrar sem tropeçar em nada.

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  7. Eu bem vivi estas vendinhas num interior do interior de Minas Gerais, lá era a venda de Sô Ormindo, numa das ladeira da cidade, a gente subia com as sacolas pesadas de mantimentos, mas alegres com o picolé que sempre ganhava como premio por ir buscar as compras anotadas numa caderneta.
    Belas lembranças amigo.
    Abraços e boa semana.

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  8. Eduardo, que espetáculo de texto e boas lembranças!! Como não se lembrar das vendinhas? Eu também tenho um relato sobre fazer compras escondida em vendinhas do bairro. Eu morava na cidade serrana de Santa Teresa, aqui no Espírito Santo. Cidade de imigrantes italianos. Um dia, com apenas 7, anos saí de casa e fui até a venda do italiano comprar um jogo de canetinhas coloridas. Eu havia juntado moedinhas por muito tempo...rsrs Hoje em dia é impensável uma criança de 7 anos sair sozinha de casa. Tudo é muito perigoso. Ahh e eu também chupei chupeta até os 6 anos pelo menos...heheehe
    Simplesmente amei o seu conto!!!
    Que boas lembranças da vida real!!A vida como ela é!
    Abraços e uma semana maravilhosa!! :))))

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  9. Este texto faz-nos voltar à infância.
    Gostei muito.

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  10. Olá, caro Edu, leitor viciado em crônicas não podia deixar de admirar essa de sua autoria. Você se refere ao armazém de Seu Francisco, o que lhe levou a algumas décadas atrás, quando eu ia fazer algumas compras a pedido de minha mãe, no armazém do seu Agostinho, que também ficava na esquina de nossa rua com a rua que levava para o centro da cidade. Aí incluía na compra algumas balas e paçoquinhas. No dia seguinte eu perguntava: " mãe, quer alguma compra lá no seu Agostinho?"
    Votos de uma boa quinta-feira,
    grande abraço!

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  11. Restauração Financeira Com a ajuda de Pedro, um agente de crédito que trabalha com uma conceituada empresa de crédito, o seu endereço de e-mail: pedroloanss@gmail.com também fala com ele através do whatsapp: +393510140339. Este é o e-mail dele. Sou Leonardo Hugo, um agrónomo que conseguiu fazer renascer a sua moribunda Fabrico de Ração para Gado com a ajuda de um credor enviado por Deus conhecido por Pedro Jerome, o Oficial de Empréstimos. Quero que saiba que o Serviço dele é o lugar certo para si para resolver todos os seus problemas financeiros porque sou um testemunho vivo e não posso simplesmente guardar isso para mim quando outros pedem uma forma de ser levantado financeiramente. Quero que todos vocês contactem este credor enviado por Deus usando os dados indicados para participar nesta grande oportunidade e também eles trabalham com um banco bom/respeitável que transfere dinheiro sem demora para a minha conta.

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  12. Kkkkkkkkkkkkkk.
    O sr Francisco devia te amar, seu destruidor de chupetas!
    Eu gostava de ir na banca de jornal.
    Sempre gostei.
    Ainda gosto.
    Lembro que de 5 em 5 dias chegavam os gibis que eu gostava de ler: Homem Aranha, Superaventuras Marvel, Heróis da TV, Conan, Aventura e Ficção.

    Tempo bom!!

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  13. Muito engraçado.
    Por cá ainda dizemos que "ali há de tudo como na farmácia..." :)
    Abraços!

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