Diz o poeta que a vida é um sopro.
Veloz, vai-se escapando pelos dedos
Buscando enfim, seu destino final.
A morte é um sono do qual você não acorda,
Outro poeta já disse.
Então a morte deve ser boa...
Quem dispensa um tranquilo sono?
Mas um sono eterno?
Sem sol a nascer?
Sem vozes a ouvir,
Sorrisos a compartilhar?
Um sono assim... ausências tantas…
Mas quem saberá das ausências?
Apenas dorme-se...
O afã da vida nos fez criar o além.
Nirvana... karma... paraíso...
Ausência de todo desejo
Ponte para novo despertar
Ressurreição.
Ingrata vida!
Nos cria,
Nos molda, nos faz sentir
Olhar
Desejar
Amar
Odiar
E de repente,
Nos toma tudo,
E nos faz dormir sem sonhar.
Abençoada vida!
Sem nada sermos
Nos torna tudo
Nos dá presente
Nos dá labuta
Nos dá vitórias
Nos dar céu, chão e mar.
Nós dá sorrisos, afetos, presenças e
Festa!
Ah, satisfações tantas!
Ah, desilusões outras!
É no fluir dos opostos que nos faz
Caminhar,
E como se dissesse, "basta", decreta o apagar
Das luzes.
Hora de descansar...
Perguntava outro poeta: O que é a vida?
Não responda, era apenas uma pergunta retórica.
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Eduardo Medeiros, Rio de Janeiro, 13/03/2012
Ainda ontem eu lia algo mais ou menos assim - " a gente aprende desde pequeno que um ser vivo é aquele que nasce, se desenvolve, cresce, se reproduz, vive e morre, mas a gente parece estar sempre desconectado da última parte, a morte.
ResponderExcluirDe uma monja budista ouvi que vida e morte deveria ser uma palavra só, tira-se o "e" e assim temos vidamorte. Bem, mas acho mesmo que não é para responder, é apenas uma pergunta retórica!
Abraço Eduardo!