NA MINHA CRÔNICA anterior, recebi comentários muitos auspiciosos! Perdão, não sou assim tão formal(só quando incorporo um autor do século 19), eu só queria mesmo uma oportunidade de usar essa palavrinha que acho tão legal...
Os blogueiros que comentam por aqui sempre deixam colaborações interessantes que enriquecem o meu texto. Tem comentário tão interessante que dá vontade de colar aqui e tecer novas crônicas a partir deles! (acho que vou começar a fazer isso e abrir uma nova temática: Crônicas Reagentes).
Isso aconteceu com um comentário do poeta Dan André. Ele entendeu de forma diversa uma expressão que eu usei: "quem faz arte não tem tempo de fazer arte" e apesar dele não ter captado o significado simbólico que eu dei à expressão, fez um comentário belíssimo que eu precisei repetir aqui:
Essa tua frase bateu fundo: “quem faz arte não tem tempo pra fazer arte”. Te entendo sim — é o paradoxo de viver mergulhado no sentir, mas nem sempre conseguir transformar isso em obra. Mas, de um jeito ou de outro, a arte escapa, né?
Quando menino, eu ouvia muito minha mãe dizendo "aquele menino é arteiro" ou "aquele menino só faz arte" - e no caso, não se refere à arte artística, e sim, uma expressão muito usada no Nordeste e também no Sudeste do Brasil para significar uma traquinagem, bagunça, aquela travessura que toda criança gosta de fazer.
Talvez o Poeta não conheça a expressão, mas de qualquer forma, construiu uma argumento tão bom para "quem faz arte não tem tempo de fazer arte" que me obrigou a replicar aqui.
"É o paradoxo de viver mergulhado no sentir, mas nem sempre conseguir transformar isso em obra", comentou ele e isso é formidável, pois é raro mas acontece sempre...De fato, muitas vezes a arte está dentro do nosso universo interior mas alguma coisa a impede de sair! Seria o caso da famoso "folha em branco" Ou atualizando, "cursor piscando". E a coisa não sai e você olha para a folha e você olha para o cursor piscando num claro desafio como te perguntando: "Não vai escrever nada"? "A inspiração foi embora"?
Também me deparei com um verso instigante da blogueira do amor(desculpe, Rosélia, pela alcunha, mas é assim que te vejo) que diz respeito ao assunto da dificuldade que o artista tem de parir sua arte. Em um dos seus versos, ela diz:
"Na extrema solidão, recebe um talento inusitado do apreço pela leitura e pela escrita. Comprime seu talento ao peito, espreme a inspiração...(blogue Amor Azul (Aqui)).
E esse verso me fez lembrar de uma citação de Carlos Drummond de Andrade sobre a luta com a inspiração e com as palavras. Assim comentei ao poema de Rosélia:
Solidão e escrita caminham juntos. Escrever é se trancar em si mesmo e deixar essas nossas amigas - as palavras - às vezes tão solidárias, outras vezes tão arredias, brotar de nossa pena assim, de forma espontânea ou como, quem faz um parto difícil... As palavras não se deixam domesticar facilmente. É uma luta. E para o nosso poeta maior Drummond, é uma luta vã.
Oi Edu, que interessante essa interpretação, pois eu também estou acostumada com o fazer arte/traquinagem e nem pensei fora disso. Acho tão bonito um texto ser aberto desse jeito, variando na interpretação conforme a bagagem do leitor. Acho que se perde muito ao tentar de maneira taxativa afirmar o que um escritor quis dizer dando às palavras apenas um sentido. Arte é vida e é viva.
ResponderExcluirAté breve;
Helaina (Escritora || Blogueira)
https://hipercriativa.blogspot.com (Livros, filmes e séries)
https://universo-invisivel.blogspot.com (Contos, crônicas e afins)
Adorei o aproveitamento do comentário do DAN que sempre é perfeito nisso! E todos nós fizemos artes e nem sempre elas se transformaram em ARTES,rs...abraços, chica
ResponderExcluirOla, Eduardo!
ResponderExcluirHá algum tempo leio suas crônica, não muito tempo.
Devo acrescentar o que fala do Daniel. É um excelente comentarista também, além de ser um escritor sensível.
Como você, descobri que há comentaristas que merecem um post e já o fiz .
Fico impressionada como os amigos virtuais tem uma sensibilidade para nos perceberem.
Lendo você, lembrei-me do que escrevi uma vez:
É melhor artesanar do que atazanar...
Quanto à "blogueira do amor", outros já o disseram.
De fato, sem amor nada se faz de útil.
Até a inspiração fica truncada
Ela flui à intensidade do amor...
Obrigada pelo ótimo comentário seu por lá no Amor Azul.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos de paz
*suas crônicas...
Excluir*os amigos virtuais têm...
ExcluirTudo o que escrevemos é um espelho do nosso sentir, e esse sentir brota das entranhas da nossa alma,.
ResponderExcluirAdoro a Roselia, e os seus desabafos vindo de um lindo amar!
Ainda bem que a citou, é linda por dentro e por fora.
Gostei muito de ler o seu texto!
Segui - o!
Um beijinho, Eduardo!
💜💜💜Megy Maia
De facto, o português do Brasil é em muitas palavras e seus significados bem diferentes do português de Portugal. Isso aplica-se a esta crónica aqui postada.
ResponderExcluirOra, a expressão, "Deixa de arte, menino!" Nada tem a ver com artista. Mas sim, com o facto do menino estar a fazer birra ou outra coisa qualquer para atingir o seu objetivo. Aqui em Portugal, a mesma situação, dir-se-ia assim: "Deixa-te de filmes". Ou ainda, "deixa-te de teatro". Que é exatamente o mesmo. Tudo isso nada tem a ver com artes, mas com as birras ou teimosias do menino.
Abraço forte, amigo Edu, e boa semana.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Gostei deste seu texto sobre comentários que deixaram no seu blogue. Há realmente pessoas que comentam com o rigor que o texto pede. Oxalá continue a receber bons comentários.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Viva os blogueiros e comentaristas. Sem eles nós não somos nada.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Que legal Dudualdo!
ResponderExcluirÉ muito bom quando alguém vem até nosso blog e comenta alguma coisa que te faz perceber que a pessoa leu a postagem.
Kkkkkkkkkkkkkk. Tem gente que comenta coisas genéricas e que a gente sabe que ele só está comentando para retribuir sua visita no blog dele.
Isso é triste.
Mas a blogosfera tem dessas coisas.
A vida tem né?
Toma lá, dá cá....
Eu comento em blogs que gosto e às vezes quando leio e não gosto da postagem passo batido sem comentar.
Um abraço Dudualdo,
Verdade Edu também gosto muito quando um comenta'rio enriquece de certa forma o que entregamos aos nossos amigos leitores. Foi muito feliz ressaltando a escrita do André Mansim (preciso ir vê-lo mais de perto) , tenho lido coisas interessantes e bonitas dele. A Rosèlia é essa poetinha que amamos tudo e muito. Grande abraço , Edu e (descupas alguns sinais trocados),estou tateando aqui no teclado alheio) rs
ResponderExcluirO André Mansim também é bom mas esse André que eu citei é outro...rs
Excluirrsrsrs estou rindo Edu
Excluirque bom que temos todos bons. Me referi pensando exatamente no Dan (segui seu link para conferir), Desculpas aos amigos citados.
A palavra "artista", em sentido pejorativo, corresponde, na verdade, ao que a sua avó queria dizer. E presumo que "arte" seria o trabalho.
ResponderExcluirA interpretação do André Mansim é correta, ainda que a intenção do cronista não fosse essa.
Um post interessante, gostei de ler.
Boa semana caro Edu.
Um abraço.
Esse tipo de comentários são sempre bem vindos, não é?
ResponderExcluirTambém já aproveitei muitos para trazer textos para o blog e criar mais discussão boa e saudável ou até muitos, para ensinar mais.
Que fossem sempre todos assim :)
Cláudia - eutambemtenhoumblog
Escrever é mesmo uma coisa solitária. Chega a ser meio chato às vezes quando comparado com outros tipos de artes, como atuar, cantar e pintar. Escrever exige muito trabalho de quem escreve e de quem lê.
ResponderExcluirÉ uma arte que não chega na pessoa de forma passiva como a música, a pessoa precisa estar disposta àquilo.