VALORIZAMOS MUITO O AMOR mas a verdade é que não sabemos bem defini-lo. A palavra e o sentimento podem ser direcionados aos mais diversos objetos. Eu amo aquela mulher; eu amo aquele homem; eu amo meu carro; eu amo meus filhos; eu amo viajar; eu amo ler. Eu amo teatro, cinema, arte. Eu amo a Deus. Eu amo, eu amo...E afinal de contas, o que é o amor? O amor ao seu time de coração é o mesmo amor ao seu carro do ano? Ao seu cachorro? À sua sogra?
Os gregos foram bem analíticos e inventaram quatro palavras para explicar o amor, cada uma com um significado: Philos, amor fraternal; Eros, o amor erótico; Storge, amor por familiares; Agape, o amor incondicional, sacrificial, frequentemente identificado na cultura cristã como o amor de Deus, e eu diria, ao amor das mães.
No Ocidente se valorizou muito o amor romântico, mas vários pesquisadores dizem que o amor romântico foi uma invenção de certa época. Afinal, todos os amores não são inventados? Não vou discorrer agora sobre isso pela extensão que iria produzir. Provocador dos provocadores, deixo apenas um texto do maior dos libertinos. Sem dúvida, uma provocação, mas toda provocação gera reflexão ou uma ação violenta ao provocador...
Marques de Sade, francês que viveu à época da Revolução Francesa e foi um nobre, militar, escritor, filósofo e político e também um escritor maldito, preso, censurado, condenado por seus livros abertamente libertários e libertinos, onde narrava cenas de violência sexual, estupros, necrofilia, canibalismo, torturas, incestos, mas também escreveu sobre política, religião, moral e ética. Em 1801 ele foi preso por causa de suas obras, consideradas depravadas, e passou o resto da sua vida em um manicômio.
Sade escreveu sobre o amor em um dos seus livros*:
"FALAI-ME DOS LAÇOS de amor, Eugénie; que jamais venhais a conhecê-los! Ah, que um sentimento como esse, pelo bem que vos desejo, jamais se aproxime de vosso coração! O que é o amor? Só podemos considerá-lo, creio, como o efeito que nos causam as qualidades de um belo objeto. Estes efeitos nos transportam, nos inflamam. Se possuímos este objeto, ficamos contentes; mas se nos é impossível tê-lo, nos desesperamos. Qual a base desse sentimento?...o desejo. Quais as suas consequências?...a loucura. Atenhamo-nos, pois, ao motivo, e garantiremos os efeitos. O motivo é possuir o objeto? Ora, tentemos então consegui-lo, mas com sabedoria; gozemos dele, assim que o tivermos; consolemo-nos em caso contrário: mil outros objetos semelhantes, e quase sempre melhores, consolar-nos-ão da perda deste. Todos os homens e mulheres se parecem: não há amor que resista aos efeitos de uma reflexão sadia. Oh, que embriaguez enganosa essa que, nos absorvendo o resultado dos sentidos, coloca-nos em tal estado que não mais enxergamos e só passamos a existir para esse objeto loucamente adorado! Isso é viver?
O amor, o que é o que é? Sade estava absolutamente errado? Os gregos estavam certos? Dá pra fatiar o amor? Dá para morrer de amor? O amor mata? O amor cura? O amor fere? O amor é uma ilusão?
O que é o que é?
___________________________________________________________________
* A Filosofia na Alcova, ou Os preceptores Imorais: Diálogos destinados
à educação das jovens damas
Falar de amor sempre é legal, pensar nele também, refletir idem.Mas o bom mesmo é viver o amor! abraços, chica
ResponderExcluirMelhor é vivê-lo do que defini-lo.
ResponderExcluirSobre este tema publiquei algo no meu 'post' Encontro de Amigos...
Gostará...
Um fim de semana amoroso.
====
O amor existe, Dudualdo?
ResponderExcluirOu é um conjunto de emoções, sentimentos, consideração e até obrigação, que sentimos por alguém ou algo e que damos o nome de amor?
Não sei...
As vezes penso nisso.
penso que pela minha esposa e filhos eu faço o que for preciso, mato e morro, mas será que isso não vem de um sentimennto de obrigação e de carinho?
É um assunto complexo esse.
O cachorro? Ele ama o dono?
As vezes sinto qie sim, as vezes sinto que é apenas um costume deles nos verem como membros da matilha.
Esse foi um bom texto Dudualdo. Um bom texto para uma boa reflexão.
Olá, amigo Edu.
ResponderExcluirO Amor, tem várias vertentes. O Amor universal. O Amor numa relação amorosa. O Amor pelos nossos pais, pelos nossos irmãos e restantes familiares. O Amor pelo nosso clube, pela nossa cidade, etc etc, etc. Logo, há muitos amores nas mais diversas dimensões, e não apenas um Amor.
Abraço fraterno e bom fim de semana!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Boa noite de paz, Eduardo!
ResponderExcluirGosto da sua reflexão.
Eu o vivi. Amei e fui amada.
Covardes não o vivem.
Nem pais seríamos se assim o fôssemos e não experimentaríamos sequer o grande amor paternal e maternal tão lindo.
Tenha um final de semana abençoado!
Abraços fraternos
Olá, amigo Edu, o amor é mesmo um tema vasto, tema este
ResponderExcluirque pode ser visto sob vários ângulos, mas me contento com
o enfoque que você deu aqui nesta excelente crônica.
Meus parabéns!
Votos de uma boa semana.
Grande abraço.
muito interessante sua colocação
ResponderExcluirO amor machuca mas também cura.
ResponderExcluirReflexivo texto, Eduardo
Tenha um excelente fim de semana.
Um abraço
Verena.
Difícil definir o amor, mas defino como o sentimento mais forte e positivo no ser humano, é o maior sentimento que sentimos pelo outro, engloba amizade, solidariedade, cuidados, carinho e medo do que possa acontecer com o ser amado, seja companheiro ou filhos. Amar é quase dar a vida pelo ser que amamos, se não tiver outro jeito para protegê-lo ou para salvá-lo. O amor é o sentimento mais forte que existe em nós.
ResponderExcluirCrônica linda, hein Edu? Um feliz domingo, amigo.
Abraços daqui do Sul.
Olá, Eduardo
ResponderExcluirUm tema provocador o Amor.
É de difícil definição.
Talvez seja melhor senti-lo e vivê-lo.
Temos Camões a tentar a defini-lo.
Temos Camilo Castelo Branco no seu
livro "amor de perdição" a abordá-lo.
Florbela Espanca fala dele e viveu-o
de forma apaixonada.
E tantos outros.
Os gregos não estão fora da razão
apresentando vários tipos de amor.
Talvez seja isso. Amar os filhos não
é o mesmo que amar o carro...até
porque neste caso diz-se "gostar".
Enfim, não há dúvidas para mim de
que existe vários tipos de amor.
E deixo de lado o Marquês de Sade
com as suas teorias e práticas.
Excelente Crónica.
Abraço
Olinda
Confira depois a complementação que fiz no post das visualizações. Achei melhor deixar tudo junto. Você se surpreenderá.
ResponderExcluirOlá grande Eduardo!
ResponderExcluirUma crónica absolutamente fantástica da sua parte, que muito me deixou a refletir!
Gostei muito dessa analogia dos gregos de dividir o amor em "amores" diferentes.
Da minha parte sinto imenso o amor, mas, de facto, não o sei de todo explicar!
Um forte abraço 🤗
Perdi meu comentário, mas volto pra lhe dizer que "o que é o amor" de verdade para mim está na definição de Paulo Apóstolo em 1 Coríntios 13, também em música cantada pela Legião Urbana pela voz de Renato Russo, também a segunda em que eu concordo é a definição do "poeta Camões cuja letra a Legião Urbana também gravou e ficou linda a canção denominada " Monte Castelo" Concordo também com Frida Calo que disse: "Onde não puderes amar, não te demores". Concordo também na excelente divisão do amor pelos gregos, só não vivo mais o amor de Eros. E você, Eduardo, como você ama? Abraço! Feliz semana! Seus conteúdos são excelentes!
ResponderExcluirO amor não se define. Sente-se. Vive-se. Guarda-se no coração. O seu texto é muito interessante. Gostei de o ler.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
O amor tem tantos aspetos que tudo o que se diga sobre ele tem sempre razão de ser. E até é fogo que arde sem se ver...
ResponderExcluirExcelente crónica, gostei de ler.
Boa semana caro Edu.
Um abraço.
O amor é um dos sentimentos mais belos e nobres que existe.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE VERÃO do dia 19 de janeiro à 06 de março, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Sabe Edu, já tentei definir o que é o amor desde que comecei a fazer a tradução das canções românticas no meu canal no YouTube. E depois de quase 500 vídeos publicados, com o tema principal sendo o amor, averiguei que ele, na verdade é mais doloroso do que aconchengante. Principalmente no mundo da música que exalta a " dor do amor" em todas as suas formas. Ahhhh inclusive a banda Nazareth em seu sucesso máximo diz que o amor " machuca", nada mais do que isso...rsrs
ResponderExcluirE assim vamos vivendo e aprendendo!!
Beijos e uma semana linda amigo!
Sade’s perspective on love is certainly one of the most controversial takes in history. While his views reduce love to mere desire and possession, the Greeks—especially with the concept of Agape—suggest a much deeper, selfless dimension. Love, in all its forms, shapes human connections, but perhaps its true nature is in its contradictions: it can heal and hurt, liberate and imprison. Maybe love is best understood not by defining it, but by experiencing it.
ResponderExcluirEdu,
ResponderExcluirExcelente matéria essa e muito bem
exposta. O amor é tudo isso que
lemos e muito mais do que
possamos imaginar.
Mas que é bom sentir e externar
amor, ah isso é.
Vou reler mais uma vez para
reter o máximo.
Bjins e
pré carnaval.
CatiahôAlc.