VOCÊS DEVEM TER VISTO PELO MENOS UM DOS FILMES DA FRANQUIA "Férias Frustradas". A história de uma família que sai em férias na maior empolgação, principalmente do pai, Clark, vivido pelo ator Chevy Chase, mas que precisam lidar com vários contratempos na viagem até chegar ao seu destino e curtir suas merecidas férias.
A maior aventura da minha infância foi uma viagem de férias com a família. Eu deveria ter uns onze anos. Morávamos em Angra dos Reis e meu pai decidiu que iríamos de carro até Natal, Rio Grande do Norte. Três dias e duas noites de viagem. Eu vibrei. Minha mãe ficou apreensiva. (não lembro das reações, mas durante os anos conversamos muito sobre essa viagem). Meus dois irmãos menores, Vlanger, oito anos e Shirlene, cinco, embarcaram na minha empolgação.
Diogo, meu pai, tal qual o personagem do filme, era o mais empolgado. Aventura era com ele mesmo. Tinha trocado seu Fuscão por uma imponente Brasília zero quilômetros. Aquele carro para nós, crianças, parecia enorme! Aliás, espaço nunca foi problema para meu pai, um dia ele colocou dez pessoas no seu Fuscão (não me perguntem como) e vinha pisando fundo. Foi até parado pela polícia. O policial olhou para dentro do carro, pediu os documentos e perguntou: - tá com presa? Meu pai respondeu: - Estou...(nessa hora eu pensei, putamerda, meu pai vai ser preso...). Não foi, mas depois eu conto essa história.
Meu pai, muito meticuloso, preparou todos os detalhes da viagem. O carro estava ok, não precisava de revisão, estava novinho em folha ainda com aquele cheirinho de carro novo. A maior dificuldade seria levar três crianças em um carro em uma viagem de três dias. Meu pai resolveu isso fazendo uma cama na parte de trás da Brasília, que era bem largo e cabia bem três crianças magrelas. O soninho estava garantido.
Meu pai catalogou todas as paradas que fizemos. Era o momento que eu mais gostava. Almoçar nos restaurantes, ficar olhando as lojinhas dos postos e olhando o vai e vem de gente. Antes da viagem ele tinha comprado um gravador, que era um luxo lá em casa. A família toda ficou fascinada por aquele negócio que gravava nossas vozes. INCRÍVEL! Estamos falando aqui da década de 70. Minha mãe, que cantava muito bem, gravou dezenas de músicas naquele aparelho. Meu pai, falante e teatral que era, em cada lugar que parávamos ele ligava o gravador e dizia, imitando uma voz de locutor: - Chegamos às treze e trinta em ....(foram dezenas de cidades), abastecemos com vinte litros de gasolina, e vamos agora almoçar para depois continuar nossa viagem...fala aí Valda (minha mãe falava alguma coisa)...fala aí crianças...(aí era festa, nós três falávamos ao mesmo tempo na maior algazarra).
Não passamos por muitos sufocos na viagem como acontece com a família do filme mas lembro especificamente de um. Meu pai dirigia à noite, já estava cansado e com sono, minha mãe tinha a missão de não deixá-lo dormir, já que falava muito, a todo momento coisas do tipo "Filho, tá muito rápido, vai mais devagar.."; "olha a carreta grande aí na frente, cuidado, cuidado, não passa agora..." Chegava a ser chata mas meu pai não ligava, gostava até. Antes do ocorrido, eu e meus irmãos dormíamos.
Acordamos com um baque, um freio brusco e uma balançada no carro...
Quando eu abri os olhos, o carro estava parado no acostamento, no meio do nada, um breu que só dava pra enxergar os faróis dos carros quando passavam na direção contrária. Minha mãe muito alterada, agradecia a Deus por alguma coisa; meu pai parecia extático segurando forte o volante. "O que aconteceu, pai"? Perguntei. Quem respondeu foi minha mãe. Meu pai tinha por um segundo, cochilado no volante; o carro deu uma saída para a pista oposta e logo à frente, dois faróis vindo em nossa direção apitando muito...Minha mãe deu um grito! Meu pai despertou. Foi só um nanosegundo para ele abrir os olhos, entender a situação e levar o carro de volta para sua pista num solavanco e indo direto para o acostamento.
Durante anos foi divertido parar para ficar ouvindo todo o registro que fizemos daquela viagem e minha mãe sempre apontava que fora Deus quem não deixara a família toda morrer naquela noite. Não lembro de quase nada da nossa estadia em Natal, em casa de familiares da minha mãe, mas a viagem em si, foi sem dúvida, minha maior aventura na infância. E não ficou só nessa. Anos depois meu pai fez outra viagem similar na mesma Brasília, agora indo do Rio até Salvador. O registro está aí abaixo. Meus pais, minha irmã e irmão. Eu tirei a foto.
Bah,Edu! Essas lembranças de viagens em famíliaq, naqueles tempos, inesquecíveis... Fazem parte da gavetinha das boas e hil´parias recordações! Tempos bons, tanta simplicidade, sem riquififis e mimimis...Adorei! abração, lindo JULHO! chica
ResponderExcluirOlá, Eduardo!
ResponderExcluirViajei muito com meu pai em solteira, meu padrinho que dirigia . Íamos a Aparecida do Norte e vínhamos para o ES.
Muita coisa boa acontecia e tinha que fazer uma redação de cada passeio que meu padrinho pedia e corrigia.
Um a identidade grave aconteceu com um carro que nos cortou, com pressa, foi horrível e tidos perderam a vida.
No mais, Deus nos protege de muita coisa nas estradas.
Tenha um julho abençoado!
Abraços fraternos
Que legal, são experiências marcantes da infância que nos acompanham.
ExcluirOlá, Eduardo
ResponderExcluirViajar é bom demais, que momentos maravilhosos com a família, no trânsito tem que ter muita atenção, um forte abraço.
Sim, no trânsito em viagens longas, atenção dobrada!
ExcluirOi, Edu.
ResponderExcluirAcho que assisti dois ou três filmes da franquia Férias Frustradas, uns 15 anos atrás, e gostei muito dos que eu vi, porque são comédia e eu gosto de comédia e porque são filmes que começaram a ser filmados nos anos 80, década que eu "tenho saudades", mesmo sem ter vivido, por toda a nostagia que esse ano nos remete pelas músicas e teleproduções, por exemplo, e aprecio, admiro.
Uma das coisas boas dessas viagens interestaduais em carro ou ônibus são as lembranças que elas deixam depois. Fiz uma viagem assim duas vezes na vida, uma de carro com a minha família quando eu tinha 4 anos, em 97, e fomos de São Paulo pra Feira de Santana, na Bahia, da qual eu não me lembro muita coisa, mas houve um incidente assim também na estrada, no qual o carro em que estávamos quase sofreu um acidente, e outra de ônibus quando viemos da Bahia pro DF, em 2003, mas o destino final era voltar pra São Paulo e acabamos parando por aqui no Centro-Oeste, onde estamos desde então. E as lembranças que ficam dos acontecimentos, sustos e mancadas, talvez da comida consumida, pessoas que conhecemos e com quem temos boas experiências nessa travessia, são o que fazem a gente guardar com carinho esses momentos.
Gostei da história vivida com sua família e das fotos. Aliás, eu gosto de apreciar fotos antigas. Mas que pena que você não apareceu na segunda foto. 😊
Boa semana! 💐🎈
💌💕
Sim, Rose, essas viagens na infância nos marcam muito. E que bom que você gosta dos anos 80, mesmo sem ter vivido, foram anos muito criativos.
ExcluirQue legal Dudu! Ótimas recordações.
ResponderExcluirÉ isso que vale a pena na vida! Parabéns.
Amigo, se você ainda não leu, leia agora um gibi que se chama Verões Felizes.
Ele fala sobre as viagens de uma familia nas férias.
É o quadrinho mais lindo, inspirado e inspirador que já vi, além de ser muito divertiso.
Saiu a edição integral pela editora Pipoca e Nanquim.
Vale cada centavo, na verdade, valeria até o dobro.
Um abraço!
valeu pela dica, vou dar uma olhada.
Excluirrssss, a maneira que você conta é muito especial, parece
ResponderExcluirque estamos numa roda de amigos sentados num sofá, e curiosos!!
Essas são lembranças que jamais esquecemos, levamos para toda a vida. Lembro bem desta Brasília rss. Meu pai trocava carro com frequência, enrolava minha mãe que não podíamos ficar com carro muito tempo, desvalorizava rápido! rsss e lá vinha com outro...
Aplausos para essa sua aventura, gostei de ler.
Boa semana, Edu, abraços daqui do sul.
Meu tio tinha uma perua kombi e socava uma porrada de gente nela pra ir na cidade vizinha catar manga. Eram outros tempos.
ResponderExcluirTive outro tio que teve sua Brasília amarela. Era apaixonado por ela.
Essas de família marcam mesmo. A vida toda.
EDUARDO MEDEIROS,
ResponderExcluiragradeço a visita e comunico que sou seu mais novo seguidor!
História muito bem narrada e essas viagens ficam inesquecíveis em nossas lembranças.
Excelente!
Um abração carioca.
Boa tarde Edu
ResponderExcluirEssas aventuras ficam para a vida.
E que deliciosa foi, pois podia ter aconeecido algo mau, mas ainda bem que o pai foi alertado e conseguiram terminar sem acidente.
Boa semana com saúde e paz.
:)
Gostei de conhecer essa sua aventura com a família, realmente inesquecível e boa de se lembrar sorrindo... Fotos legais.
ResponderExcluirUm bom final de domingo. ABÇ